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Um dos principais motores que propulsionam novos planos de vida é a insatisfação com o trabalho. Quando essa angústia bate, o esboço de novos planos começa a aparecer. Alguns ficam apenas nas ideias, um desejo prestes a sofrer nova reformulação. Para outros é uma questão de planejamento, com metas e objetivos bem descritos visando um resultado final. De acordo com especialistas, o plano B pode ser uma saída, mas deve ser executado a partir de fundamentos corretos.

Desenvolvido com cautela, o plano B pode ser uma oportunidade de mudança. “Às vezes é uma saída, a possibilidade de caminhar em paralelo à vida atual na tentativa de encontrar algo que seja mais satisfatório”, afirma a orientadora de carreiras Adriana Gomes. Buscar novas competências faz parte do processo, mas não é um movimento atual do mercado. “É uma exigência de sempre. Eu tenho 54 anos, foram poucos os anos em que eu não vi o País em crise”, cita.

O mercado é competitivo e, ao considerar a longevidade da população brasileira, Gomes aponta que vai ser cada vez mais comum a aposta em múltiplas atividades. “Ter mais que uma carreira é praticamente uma realidade, não é nem uma tendência. As pessoas terão atividades diferentes que vão complementar a experiência profissional. Desenvolver novas competências aumenta a trabalhabilidade do indivíduo”, afirma.

APOSTAS

No entanto, muitas pessoas ficam em dúvida no que realmente investir por medo de não ter o resultado esperado. “Não tem problema nenhum a gente buscar e não usar essa competência depois. Essa experiência é que vai te dar a condição de fazer escolhas mais adequadas, você vai ter na sua bagagem, na sua história, de que aquilo não faz sentido”, comenta e critica sobre as pessoas associarem tudo a um resultado específico, desvalorizando a vivência, o aprendizado, proficiência e desenvolvimento do autoconhecimento.

Tão importante quanto se conhecer é ter a consciência de que vai demandar muito trabalho e que não é tão simples como muitos vendem. “Talvez isso exija mais esforço e dedicação, porque a pessoa vai continuar desempenhando a atividade atual e paralelamente vai desenvolver esse plano B. É trabalhoso, é exigente e vai demandar esforço e dedicação por um bom tempo”, defende a orientadora. E muitas vezes de maneira solitária e silenciosa, pois os chefes e colegas da profissão atual podem não gostar de saber que parte da energia é despendida a objetivos não alinhados à empresa.

NÃO É FÁCIL!

E depois de todo o processo de desenvolvimento, ainda é preciso ter coragem para fazer escolhas. “Muitas pessoas acabam sofrendo, porque depois de tanto investimento, deixar a carreira para ser outra coisa é sim um momento bastante difícil”. Pior ainda é permanecer insistindo na escolha errada mesmo depois do reconhecimento de que ela não é para você. “Justamente porque falta coragem, porque não é simples, nem fácil e às vezes nem agradável”, revela.

Autoconhecimento, a busca de acompanhamento profissional para ajudar no processo podem ajudar, mas tudo com muita cautela e pesquisa para não entrar em um projeto de ilusão. “É possível ser feliz em uma atividade profissional, isso não é um sonho. Não precisa tanto sofrimento, mas precisa alinhar expectativas, pois não é tão simples como se vende por aí”, finaliza Gomes.

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