Serviço essencial durante o período de restrições de atividades, o agronegócio foi o setor da economia menos afetado pela pandemia e é o setor, segundo o professor Wesley Machado, coordenador do curso de agronomia da Unopar, que pode diminuir os efeitos da crise econômica no pós-covid. Machado pondera, no entanto, que mesmo com desempenho acima da média e resultados recordes, principalmente nas exportações, o agronegócio não passará ileso por esse período de mudanças e enfrentará desafios no futuro. Confira cinco tendências para o futuro do setor:

Imagem ilustrativa da imagem Cinco tendências para o agronegócio no pós-pandemia​
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1) Destaque internacional

Países que não têm a agricultura tão fortalecida podem levar mais tempo para se recuperar dos impactos da crise atual e o agronegócio brasileiro, que não foi tão afetado, deverá ser mais visado para atender demandas nacionais e internacionais nos próximos anos. O país deve aproveitar o momento para crescer.

2) Crescimento acelerado

O setor deve apresentar um crescimento acelerado ainda em 2021 e seu destaque internacional é um dos motivos para isso acontecer. Novos modelos de negócio também devem surgir nos próximos anos, principalmente relacionados à sustentabilidade e à saúde da população e do planeta. Essas preocupações foram impulsionadas pela pandemia e pelas mudanças climáticas.

3) Tecnologia

A revolução digital que a pandemia acelerou em vários setores mudou os rumos da economia. No campo, ela é um diferencial nos processos agrícolas antes mesmo do coronavírus e será grande aliada na recuperação rápida do setor; principalmente por ajudar o produtor a reduzir custos, aumentar a produtividade, prever novas crises e problemas que podem afetar a produção.

4) Novos hábitos

A compra e venda de alimentos online e o aumento no uso do serviço de delivery também devem impactar a produção no campo e os produtores rurais precisam investir em tecnologias que proporcionem sua integração nessas áreas caso queiram acompanhar as tendências.

5) AgTechs

As startups do agro, ou as AgTechs, devem se multiplicar no pós-pandemia. Os números já impressionavam antes: o primeiro censo relacionado ao segmento, de 2016, mostra que o Brasil tinha 76 empresas do tipo. Em 2019, o número já era de 1.125. O mercado percebeu esse aumento e oferece, cada vez mais, créditos e facilidades para a criação de startups que promovam a modernização e o crescimento do setor - realidade que deverá ser intensificada em 2021.

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Lucas Catanho - Especial para a FOLHA