Suplementação alimentar sem indicação oferece riscos à saúde?
Produtos ajudam potencializar nutrição do corpo, mas especialista ressalta importância de buscar orientação profissional antes de iniciar consumo
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
Produtos ajudam potencializar nutrição do corpo, mas especialista ressalta importância de buscar orientação profissional antes de iniciar consumo
Reportagem local

Em um mundo cada vez mais obcecado pela perfeição física e pelo bem-estar, a suplementação alimentar tem conquistado mais adeptos. Segundo dados da ABIAD (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres), pelo menos uma pessoa em 59% das famílias brasileiras inclui suplementos em sua dieta.
Esses produtos ajudam a potencializar a nutrição do corpo, suprindo necessidades específicas do organismo que a alimentação, sozinha, pode não ser capaz de atender.
Hoje, o mercado oferece diferentes vitaminas e minerais, que podem ser encontrados em forma de comprimidos, cápsulas, pós ou líquidos. No entanto, o uso inadequado deles pode acarretar riscos prejudiciais à saúde. É o que alerta a nutricionista Ana Carolina Leite de Morais, de São Paulo.
“Muitas vezes, as pessoas não têm pleno conhecimento do que contém em cada frasco ou não levam em consideração a concentração recomendada para consumo. Essa prática pode levar a um risco aumentado de toxicidade, impactos para a saúde e, até mesmo, à possibilidade de não atingir o objetivo específico desejado”, observa a profissional, que atua em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) gerenciada pelo Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”) em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
EFEITOS COLATERAIS
Quando consumidos de forma imprudente e em doses excessivas, muitos suplementos podem provocar interações medicamentosas prejudiciais. Além disso, pacientes com condições pré-existentes, como problemas renais ou hepáticos, podem ter essas complicações agravadas.
A nutricionista destaca que, de forma geral, os efeitos colaterais comuns dos suplementos incluem náuseas, vômitos, dor abdominal e dor de cabeça, além de toxicidade.
"O consumo excessivo de vitamina A, por exemplo, pode causar dores de cabeça e turvação de visão, enquanto altas doses de ferro podem resultar em constipação e dores abdominais. O excesso de vitamina D pode elevar o nível de cálcio no organismo e o excesso de magnésio pode causar fraqueza muscular ", detalha.
No seu dia a dia profissional, Morais relata que os suplementos mais procurados são de caráter proteicos, como creatina e whey, ômega 3, multivitamínicos e colágeno. Especificamente para os amantes de academia, que utilizam whey e creatina sem as devidas orientações, também existem malefícios.
“O uso inadequado desses suplementos pode agravar condições de insuficiência renal crônica ou causar sobrecarga. Muitas pessoas tendem a consumir de forma autônoma, sem ter conhecimento dessa informação”, enfatiza.
Por isso, a decisão de consumir qualquer tipo de suplemento não deve ser tomada de forma impulsiva ou sem indicação profissional. Na teoria, é preciso fazer uma visita ao médico ou nutricionista antes de ingerir qualquer produto da categoria.
"No consultório, realizamos uma análise para entender o objetivo do paciente, seu estilo de vida e rotina alimentar. Também solicitamos exames laboratoriais. Após esse processo, entendemos se faz sentido suplementar e elaboramos um plano alimentar com a dosagem adequada para o organismo daquela pessoa. Essa é a maneira correta e segura de começar a usar suplementos alimentares", finaliza a especialista.
(Com informações do Cejam)