“O principal desafio dos gestores é conseguir enxergar a gestão muito além dos lucros e da redução de custos”, analisou o fundador do Instituto PARAR, Flavio Tavares. Esperar que as soluções venham do governo é um erro e o empresariado deve compreender que tem força para mudar este cenário. “Se todas as empresas exigem que seus colaboradores cheguem às 8 horas e retornem para casa às 18 horas, não há transporte público que suporte essa demanda. Que tal repensar e implantar horários alternativos? São pequenas soluções que estão nas mãos dos gestores e que podem fazer a real diferença para devolver mais vida ao tempo das pessoas”, defende.

Disponibilizar patinetes elétricos para que os colaboradores possam resolver pendências do dia a dia durante o horário do almoço seria uma alternativa ao alcance dos empresários, avalia Tavares. “Repensar a mobilidade e enxergá-la como um todo não é uma tarefa fácil, mas ele é quem vai garantir o papel desse gestor em um amanhã melhor e feito para todos.”

Imagem ilustrativa da imagem Soluções não devem vir apenas do governo, diz empresário
| Foto: Felipe Rau - Estadão Conteúdo

Entender que nem todas as pessoas são produtivas das 8 às 18 horas e adequar os horários ao rendimento de cada um poderia contribuir não só para a maior produtividade da empresa, mas também para a mobilidade. “Tem gente que trabalha melhor pela manhã, outros preferem a noite. Horário flexível, home office, trabalho remoto, qualquer alternativa que os permita ter mais tempo para se cuidar, para estudar, para ficar com quem ama. Isso é mobilidade”, ressalta Tavares, apesar de reconhecer que esse olhar depende de uma mudança cultural. “Tem que estar na cultura das escolas, faculdade e nas empresas.”(S.S.)

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