Em visita a Londrina nesta quarta-feira (1º), o deputado estadual Requião Filho (PT) esteve na FOLHA, onde concedeu entrevista sobre assuntos como sua relação conflituosa com o Partido dos Trabalhadores, comentou cenários das próximas eleições e também avaliou a representação de Londrina e o interior do estado no Palácio Iguaçu.

Imagem ilustrativa da imagem "Vou trazer transparência dentro do PT, queiram eles ou não"
| Foto: Lucas Marcondes

Durante a passagem pela cidade, Requião Filho teria reuniões com o prefeito Marcelo Belinati (PP) e a vereadora Lenir de Assis (PT), potencial candidata petista à Prefeitura de Londrina em 2024, tal como a FOLHA noticiou recentemente. Um encontro com professores da rede estadual e diretores da APP-Sindicato ainda constava na agenda.

Rusgas com o PT

Filiado há cerca de um ano ao Partido dos Trabalhadores e hoje líder da oposição a Ratinho Junior, o filho do ex-governador Roberto Requião fez coro às críticas recentes disparadas pelo pai quanto a decisões tomadas pelo PT. O novo modelo de pedágio do Paraná, a volta dos impostos federais na gasolina e a indicação de ministros do Centrão estão entre os principais alvos.

“O partido não é tudo aquilo que eu esperava que ele fosse”, afirmou. Embora tenha apontado que a sigla possui uma “grande militância” e um “debate fervoroso”, Requião Filho prometeu que, sob o argumento de trazer mais transparência para os debates internos da legenda, vai tentar mudar o PT no estado “de dentro para fora”

“Um partido que é financiado com o fundo partidário e faz as eleições com o fundo eleitoral não pode ter outra coisa senão transparência nas discussões. Vou trazer essa transparência dentro do partido, queiram eles ou não.”

“Fico dentro enquanto eles me quiserem”, respondeu Requião Filho ao ser perguntado se já cogita trocar de sigla. “Um partido que foi tão questionado no Brasil como foi o PT deveria ter aprendido que a gente precisa jogar limpo para que as pessoas tenham acesso à realidade e formem sua opinião.”

“Não vou passar pano”

A implantação de um novo modelo de pedágio no Paraná é um dos temas que Requião Filho promete “cobrar atenção e ajuda” do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de pontuar que seja contra o pedagiamento de rodovias, o parlamentar, em sintonia com o discurso de lideranças estaduais do PT, reivindica um sistema com “menor preço e maior número de obras.”

“Eu não vou passar pano para o governo federal. Quando eles pisarem na bola, nós vamos cobrar com a mesma dureza que a gente cobra o governo estadual”, acrescentou,

Representatividade de Londrina

A ausência de representantes de Londrina no primeiro escalão governo do Paraná também foi pauta na entrevista. “Se as políticas de governo existissem, tanto faz de onde é o secretário”, alegou o parlamentar.

“O que falta para as regiões não é apenas um representante no secretariado, é uma política pública. Sem política pública, vai ser sempre isso: as coisas só vêm se tiver algum figurão tentando fazer política”, disparou Requião Filho.

Críticas aos independentes e corrida eleitoral

Além disso, para o parlamentar, colegas que se elegerem prometendo independência na Assembleia Legislativa já têm sido incorporados pela base de apoio a Ratinho Junior. “Alguns mostram ser independentes. Outros mostram seu lado da velha política: ‘o que eu ganho para estar com vocês?’”

Uma eventual corrida ao Palácio Iguaçu faz parte do radar de pretensões políticas de Requião Filho, mas, conforme ele, para isso é necessário “ter um grupo, um projeto e uma proposta.” As eleições municipais, no entanto, não integram os planos devido, segundo ele, ao compromisso com o mandato na Casa.

Concorrendo ou não em pleitos futuros, o herdeiro político de Requião também tenta jogar água na fervura da polarização que pauta a política nacional nos últimos anos. “Esse extremismo é muito perigoso para a saúde da democracia brasileira, seja de um lado, seja de outro.”

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