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. | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Segundo a presidente do Conselho Administrativo da Caapsml, Rosangela Maria Cebulski, o pacote de projetos não foi discutido amplamente com a categoria e nem tem parecer formal do conselho. "Agora no fim do ano correndo eles colocam tudo em pauta. Eles estão tirando do servidor novamente para pagar essa conta. O prefeito não discutiu com conselho, nem com sindicato, nem com a associação dos aposentados. Eles estão sem parecer do conselho. Apenas no caso da venda dos terrenos, que nosso parecer foi negativo."

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Cebulski considera que as novas medidas anunciadas não resolvem o problema no caixa da autarquia e acusa a atual gestão de ter descapitalizado o fundo e agora quer acabar com o plano de saúde. "A população tem que saber que o funcionário público é funcionário da população, teremos funcionários desmotivados, sem plano de saúde." Sobre a venda dos terrenos, a servidora considera a medida ineficaz e usada apenas, segundo ela, para fechar a folha de pagamento dos aposentados em 2021. "Esse projeto é o mesmo que dizer que estou devendo para você, pego o seu carro e vendo, depois pego o dinheiro e te pago."

Já o presidente do Sinderv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina), Marcelo Urbaneja, alerta que o município corre o risco de perder a CRP (Certidão de Regularidade Previdenciária) que está sub judice e vence agora no dia 5 de janeiro. "Se o município perder a certidão, não vem dinheiro para saúde, nem para educação, o município fica sem poder contrair empréstimos. A administração precisa apresentar um plano de custeio dessa dívida. O que vemos mais uma vez que a conta está sendo paga pelo servidor."

Urbaneja relembra que o problema se arrasta desde 2016 quando na transição o governo Alexandre Kireeff efetuou a junção das massas com dois fundos: o de previdência e da Caapsml que somavam à época R$ 240 milhões. O primeiro fundo era para pagar os aposentados antigos e os demais para os futuros. "Neste projeto de lei que autorizou a junção constava que em um ano o prefeito apresentaria uma solução e nada foi feito e ele gastou os R$ 200 milhões. Isso não foi só de agora são décadas de prefeitos fazendo isso se apropriam do que não são deles e devolvem o que quer."

Em entrevista à FOLHA, o prefeito Marcelo Belinati rebateu as críticas. "Nessa administração todos os repasses à Caapsml, sem exceção, foram pagos rigorosamente em dia. Só em 2020 nós estamos repassando R$ 320 milhões, pagando inclusive dívidas anteriores de ex-prefeitos."