Requião confirma filiação ao PT para tentar quarto mandato de governador
Com 81 anos, novo petista acredita que 'projeto de Lula para o Brasil terá sucesso'; saída do MDB foi marcada por xingamentos e turbulência
PUBLICAÇÃO
domingo, 13 de março de 2022
Com 81 anos, novo petista acredita que 'projeto de Lula para o Brasil terá sucesso'; saída do MDB foi marcada por xingamentos e turbulência
Rafael Machado - Grupo Folha
Sete meses após deixar o "MDB velho de guerra", Roberto Requião confirmou nesta domingo (13) que vai integrar o PT (Partido dos Trabalhadores) a partir da próxima sexta-feira, data oficial de sua filiação. O anúncio foi feito em sua conta oficial do Twitter.

Nos bastidores, pesou a amizade e o aval de Lula para a candidatura. O ex-governador e ex-senador chegou a "namorar" outros partidos da esquerda e centro-esquerda, como o PDT e o PSOL, mas as negociações não avançaram.
No vídeo de quase três minutos, Requião citou o que o levou a voltar para a disputa estadual. "O preço da gasolina está um escândalo, as tarifas de água e energia no Paraná estão rigorosamente absurdas e o pedágio vai voltar com mais 15 praças. Temos que reagir", declarou.
O novo petista explicou que "está participando de um movimento que vai modificar esta realidade submissa do Brasil diante dos interesses dos muito ricos e do grande capital. Analisando a conjuntura política, não tenho dúvida de que o caminho é esta frente organizada pela PT. Acredito que o Lula, com um programa bem definido, terá sucesso na campanha presidencial", concluiu.
TURBULÊNCIA
Figura mais conhecida do MDB no Paraná nos últimos trinta anos, Requião deixou a sigla em agosto do ano passado de forma tumultuada. Chamou o partido de "bolsonarista e racista" após perder a presidência no Paraná para o deputado estadual Anibelli Neto (MDB).
Pelo mesmo Twitter que redefiniu seu novo rumo na política, Requião teceu duras críticas à legenda, dizendo que "não foi ele que saiu, mas sim o MDB do Paraná que acabou".
DISPUTA
Em entrevista à FOLHA no final do ano passado, Requião indicou que o PT já estava em seu radar. O político citou também a Rede, PC do B e o PDT, que compõem a oposição ao governador Ratinho Jr (PSD), como possíveis destinos. O pessedista deve tentar a reeleição.
Com a pré-candidatura confirmada, ele se junta a pelo menos dois postulantes ao cargo máximo do Executivo paranaense: Filipe Barros, hoje no União Brasil, mas que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro para se filiar ao PL, e César Silvestri Filho, ex-prefeito de Guarapuava que saiu do Podemos para o PSDB.
EXPERIÊNCIA
Roberto Requião, 81 anos, foi governador do Paraná por três vezes: 1991-1994, 2003-2006 e 2007-2010. Foi senador entre 2011 e 2019, quando perdeu a cadeira para Flávio Arns e Oriovisto Guimarães, os dois do Podemos.

