O deputado federal Filipe Barros (PL), que é pré-candidato à Prefeitura de Londrina, garante que o Partido Liberal terá candidatura no município. A decisão tomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto, é de concorrer com nome próprio nas principais cidades do Brasil.

A dúvida que ainda paira no ar é quem será, de fato, o candidato londrinense. “Hoje, claro, a preferência é eu ser candidato, mas o PL tem excelentes quadros”, despista Barros, que reforça que “ainda é cedo para dizer” se vai se candidatar.

A última pesquisa Instituto Multicultural/FOLHA/Paiquerê 91,7, divulgada em 14 de dezembro, mostrou Barros liderando o pleito com 16,7%, no cenário com Tiago Amaral (PSD), e 24,2%, no cenário sem o pessedista. “O PL terá candidatura, isso não tem como fugir”.

O deputado também revela que tem conversado com o governador Ratinho Junior para uma composição PL-PSD. A sinalização, aponta, tem sido positiva.

“Estamos aprimorando essa conversa, mas é do meu total interesse realizar essa composição. Não só em Londrina, mas em outras cidades importantes do Estado, e foi essa minha conversa com o governador. Hoje o PL é o maior partido, maior tempo de televisão, maior tempo de rádio, tem a figura do presidente Bolsonaro”, diz. “Se nós somarmos a força do PL com a força do PSD, e com a aprovação do governo [estadual, que está em 62,5%, também segundo a pesquisa Instituto Multicultural/FOLHA/Paiquerê 91,7], acho que é a fórmula do sucesso em várias cidades.”

CONTORNO LESTE

Com o início de 2024, as atenções da região de Londrina se voltam para a discussão sobre o Contorno Leste, obra que ainda não foi incluída no projeto da concessão do pedágio. Barros aponta que o governo federal “poderia muito bem ter incluído o Contorno Leste no PAC”, mas que isso não aconteceu e agora resta recorrer ao “plano B”.

“O plano B é colocar como contrapartida na concessão do pedágio, com o risco de isso acarretar aumento da tarifa”, pontuando que cabe ao Ministério dos Transportes modelar as contrapartidas no lote escolhido para evitar essa elevação tarifária.

REFORMA TRIBUTÁRIA

O deputado federal foi um dos 118 que votaram contra a Reforma Tributária. Ele explica que se posicionou dessa forma porque o texto faz simplesmente uma simplificação tributária e não traz diminuição do imposto.

“O Ministério da Fazenda até hoje não sabe dizer qual é a alíquota”, critica o parlamentar, que cita que análises apontam que “vai ser a maior alíquota do mundo”. “Acho que não poderia ter sido aprovada da forma como foi, no afogadilho.”

Questionado sobre o aumento do ICMS no Paraná, que ocorreu mesmo com a supressão do artigo 131 do projeto, Barros diz que o governo poderia ter esperado a definição do Congresso. “Tenho esperança que isso possa ser revertido em 2024, como outros governadores têm feito”.

PROJETO

Barros protocolou em dezembro o PL (Projeto de Lei) n° 6127/23, que trata da atuação das agências reguladoras do país. A ideia, segundo o deputado, “é reformular por completo a atuação das agências reguladoras”. “Vão continuar regulando determinados setores, mas precisa prestar contas para o Congresso Nacional”.

Um dos trechos do PL aponta que a vigência de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços pelas agências reguladoras “dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional”.

“O Brasil é o país que mais tem agências reguladoras no mundo. As agências reguladoras, que inicialmente foram criadas, como o nome diz, para regular determinados setores, praticamente hoje, muitas deles, acabam por inviabilizar quase que por completo determinados segmentos ou determinadas empresas”, argumenta. “Muitos líderes partidários, até de partidos de centro e de esquerda, foram muito simpáticos a essa ideia.”

O texto ainda não tem previsão para ser votado, mas o parlamentar acredita que ele deve “andar” no começo de 2024.

GOVERNO LULA

Segundo o deputado, existe uma insatisfação dos parlamentares com o governo Lula. Apesar de não ser público, ele diz que é possível perceber esse descontentamento nos corredores da Câmara. “Qual o motivo dessa insatisfação? Promessas não cumpridas. Aliás, aqueles que estão no mandato há mais tempo e presenciaram os mandatos passados do PT, relatam que esse sempre foi o 'modus operandi' dos governos petistas”, afirma Barros, que classificou 2023 como um dos anos “mais improdutivos” da Câmara. “Tivemos pouquíssimas votações relevantes”.