Vivendo em rota de colisão com o PDT há pelo menos dois anos, o vereador Roberto Fú foi “liberado” oficialmente do partido. A saída se deu por “divergências doutrinárias e políticas”, como justifica a carta de anuência assinada no último dia 17 pelo presidente da sigla no Paraná, o deputado estadual Goura.

O mandatário no estado disse em declaração via assessoria de imprensa ter “muito respeito” pelo parlamentar de Londrina, mas a decisão acabou tomada por posicionamentos como o "não" de Fú à criação do Conselho Municipal dos Direitos LGBT (em setembro de 2021, o projeto da Prefeitura acabou rejeitado com 12 votos contrários). “O PDT é um partido comprometido com a defesa dos mais vulneráveis e com os direitos humanos”, argumentou Goura.

“O vereador já está liberado para se filiar a outro partido. O PDT não irá pleitear a vaga. Vamos brigar por outras duas cadeiras em 2024”, declarou o presidente. “Estou clamando por essa carta desde a nossa contradição na votação do Conselho LGBT”, apontou Fú.

Segundo o parlamentar local, as tratativas com a direção estadual se desenrolaram de forma amigável. “Diferente da conversa que eu tive com o PDT de Londrina, que foram só ofensas e acusações.”

Fú contou ter recebido convites para entrar em outras agremiações – mas ainda não revelou os nomes. Um dos critérios de escolha é “não ser de esquerda”. Dentro da atual composição da Câmara Municipal de Londrina (CML), ele é o vereador com mais mandatos. São cinco consecutivos, todos pela legenda trabalhista de centro-esquerda.

MAIS TROCAS

O Legislativo da cidade deve ter outras mudanças até a janela partidária do primeiro trimestre de 2024. Hoje no Patriota, Chavão tem chances de migrar para o Republicanos do presidente Emanoel Gomes. Já o PL busca abrigar Santão (o PSC do vereador foi incorporado pelo Podemos). Por fim, Mara Boca Aberta cogita ir para o Avante, mas indica ter sondagens de outras siglas (o Pros pelo qual ela se elegeu fundiu-se ao Solidariedade).