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Política 5m de leitura

Oposição tentará ADI contra promulgação de lei sobre resíduos sólidos

AL derrubou veto imposto sobre trecho da lei que estabelece que Paraná poderá receber resíduos de outros estados

ATUALIZAÇÃO
26 de julho de 2022

Guilherme Marconi - Grupo Folha
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Oposição tentará ADI contra promulgação de lei sobre resíduos sólidos

Deputados estaduais da oposição prometem entrar com uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a promulgação da lei que estabelece diretrizes e critérios para o licenciamento, implantação, operação e encerramento de aterros sanitários e industriais. Isso porque parlamentares da base de sustentação de Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa derrubaram na segunda-feira (25) o veto imposto pelo próprio Executivo em dois pontos do projeto de lei, entre eles o que dá permissão para que o Paraná receba resíduos de outros estados, inclusive material industrial e tóxico. 

De acordo com o deputado Goura (PDT, na foto abaixo), a lei, da forma que foi aprovada, fere questões ambientais. "O Paraná poderá receber todos os tipos de resíduos, incluindo os tóxicos e radiativos, todos perigosos e ficarão liberados com essa lei. Surgem várias preocupações, pois foi um projeto que tramitou de forma rápida, sem debate com a população, e coloca em dúvida essa capacidade do Paraná de receber e dar destino correto a esses resíduos." 

 

Segundo o pedetista, a Comissão do Meio Ambiente da Casa teve apoio de outros órgãos como o Ministério Público, OAB-PR (Ordem dos Advogados do Paraná) e a Apean (Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais) que estão preocupados com o equilíbrio ambiental. "Os vetos eram importantes, mas a base de governo articulou para derrubá-los. Foi um jogo de cena para proteger a imagem do governador. O próprio líder do Governo encaminhou pela derrubada". 

Goura acusou que os parlamentares da base governista estariam defendendo interesses de empresas do segmento que pressionam para que o Paraná tenha esse afrouxamento nas regras ambientais. "São setores que têm objetivos comerciais nessa mudança da legislação. O Estado não tem sequer uma política de compostagem para material que vai para aterro. E estamos falando em receber lixo de outros estados". O deputado do PDT informou que irá reunir assinaturas dos 13 parlamentares que votaram pela permanência do veto do governador para entrar com uma ADI na Justiça contra a promulgação dos trechos da lei.

EXECUTIVO

O Executivo informou que haveria a necessidade de veto parcial da proposta por conta dos impactos ambientais significativos e que afrontariam o interesse público, conforme Resolução nº 109/2021 do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CEMA.  "Isto porque tratam-se de resíduos classificados como perigosos e de difícil tratamento e que, na maioria dos casos, são de difícil disposição no Estado de origem devido a restrições estabelecidas pelo respectivo órgão ambiental", dizia a justificativa da gestão Ratinho Junior ao vetar dois artigos.  

OUTRO LADO

 

Em nota, o líder do governo na AL, deputado Marcel Michelotto (PL, foto acima), informou que no mês de abril a Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade o Projeto de Lei 67/2022. Agora, ao analisar o veto parcial apresentado ao texto pelo governo do Estado, a Casa manteve o entendimento de três meses atrás – amplamente debatido à época no plenário e também nas comissões temáticas –, inclusive com uma defesa da proposta feita pelo deputado Marcio Nunes (PSD), que entre janeiro de 2019 e março deste ano comandou a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. Nunes foi procurado pela FOLHA, mas não retornou. 

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