Curitiba - A oposição ao governador Ratinho Júnior (PSD) na AL (Assembleia Legislativa) do Paraná anunciou nessa segunda-feira (9) que vai recorrer à Justiça contra mudanças no texto da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da previdência estadual. A mensagem foi aprovada na última quarta-feira (4), em uma sessão ordinária e duas extraordinárias, realizadas na Ópera de Arame.

Segundo os membros da bancada, a direção da Assembleia promoveu nove alterações na matéria em relação à versão original. Entretanto, todas foram feitas após a aprovação e a promulgação da PEC. "Isso é um absurdo. Não podemos aceitar que 24 horas depois de promulgado se retire do ar uma versão e publique outra”, critica o líder do PT, Professor Lemos (PT).

O presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), argumenta estar amparado pelo regimento interno. "Vossa excelência coloca em dúvida inclusive essa presidência. Quando é verificada inexatidão do texto, até a publicação o presidente pode dar a respectiva correção. E correções foram meramente de textos, formais, nada que pudesse comprometer a PEC em si", rebate.

Inspirada no que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) propôs em Brasília, a reforma paranaense causou polêmica. Servidores contrários chegaram a ocupar o Parlamento, na última terça-feira (3), em protesto. Entre as questões previstas estão o aumento da contribuição dos funcionários públicos, de 11% para 14%, e o estabelecimento de idade mínima para aposentaria, de 65 anos para homens e de 62 anos no caso das mulheres.

Também nessa segunda, a oposição na AL criticou a forma como a Assembleia noticiou a aprovação da PEC. "Usar dinheiro público para enaltecer os deputados que votaram a favor é inadmissível", opinou o líder da bancada, Tadeu Veneri (PT). O petista contou que vai pedir direito de resposta no site do Legislativo. "Onde está a impessoalidade? Vamos fazer questão de ordem".

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