Curitiba - O Paraná terá 11 novos deputados federais a partir do próximo ano, nove deles eleitos pela primeira vez. Nomes tradicionais como Rubens Bueno (Cidadania) e o ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) não conseguiram a reeleição. Já os deputados estaduais Tadeu Veneri (PT), Paulo Litro (PSD) e Tião Medeiros (PP) foram eleitos no último domingo e estarão na Câmara a partir de 2023. Outro destaque é Carol Dartora (PT), vereadora em Curitiba e primeira mulher negra eleita deputada federal pelo Paraná.

“Ser a primeira eleita é uma resposta histórica da luta que o movimento negro e de mulheres negras vem fazendo há muitos anos”, declarou Dartora
“Ser a primeira eleita é uma resposta histórica da luta que o movimento negro e de mulheres negras vem fazendo há muitos anos”, declarou Dartora | Foto: CMC/Divulgação

A renovação da bancada paranaense neste ano foi de 36%, inferior à das eleições de 2018, quando 50% (15 do total de 30 parlamentares) foram reeleitos. O mais votado neste ano foi o ex-procurador de Justiça Deltan Dallagnol. O ex-chefe da força tarefa da operação Lava Jato no Paraná teve 344.917 votos, seguido por Gleisi Hoffmann (PT), com 261.247, Filipe Barros (PL), com 249.507, e Beto Preto (PSD), com 206.898.

Os parlamentares mais antigos da bancada paranaense que não conseguiram se reeleger neste ano foram Rubens Bueno, Gustavo Fruet e Hermes Parcianello (MDB). Parcianello foi eleito pela primeira vez em 1994 e obteve 87.097 votos neste ano (em 2018, conseguiu 110.717 votos). Ele ficou na suplência do MDB.

Rubens Bueno foi duas vezes deputado estadual na década de 1980 e conseguiu se eleger como deputado federal pela primeira vez em 1990. Foi prefeito de Campo Mourão, entre 1993 e 1996, e voltou à Câmara Federal em 1998, 2014 e 2018, quando obteve 76.471 votos. A votação caiu para 42.321 neste ano, o que o deixou na primeira suplência do Cidadania.

Gustavo Fruet também viu sua votação cair significativamente. Em 2018, teve 113.252 votos, número que caiu para 47.565 neste ano. O pedetista foi vereador em Curitiba e eleito deputado federal pela primeira vez em 1998. Prefeito de Curitiba entre 2013 e 2016, perdeu a disputa pela reeleição e voltou à Câmara na eleição de 2018. A Folha tentou contato nesta segunda (3) com Rubens Bueno e Gustavo Fruet, mas as assessorias deles informaram que os deputados não vão se pronunciar por enquanto.

Outros que não conseguiram se reeleger foram Aroldo Martins (Republicanos), Luizão Goulart (Solidariedade), Christiane Yared (PP) e Marco Brasil (PP). Ney Leprevost (União Brasil), que era deputado federal, foi eleito deputado estadual neste ano. Outros que não estarão na Câmara no ano que vem são Aline Sleutjes (PROS) e Paulo Martins (PL), que disputaram uma vaga no Senado, Osmar Serraglio (MDB) e Valdir Rossoni (PSDB), que não tentaram a reeleição.

NOVIDADES

Além de Deltan Dallagnol, Tadeu Veneri, Paulo Litro, Tião Medeiros e Carol Dartora, assumirão o mandato de deputado federal pela primeira vez no ano que vem Beto Preto (PSD), ex-secretário de Estado da Saúde; Matheus Laiola (União Brasil), delegado do Meio Ambiente em Curitiba; o ex-governador Beto Richa (PSDB); e Geraldo Mendes (União Brasil). Os ex-deputados Dilceu Sperafico (PP) e Nelson Padovani (União Brasil) também foram eleitos no domingo e voltam à Câmara. Padovani foi eleito em 2010 e 2014. Sperafico foi deputado por seis mandatos, desde 1994, e não conseguiu se reeleger em 2018.

LEIA TAMBÉM:

'Lava Jato renasceu das urnas', afirma Deltan Dallagnol

Primeira mulher negra eleita deputada federal pelo Paraná, Carol Dartora disse que os 130.654 votos recebidos no domingo foram uma “resposta história” do movimento negro no Paraná. Nascida em Curitiba, ela é graduada em História, especialista em Filosofia, mestre em Educação e doutoranda em Tecnologia e Sociedade.

“Ser a primeira eleita é uma resposta histórica da luta que o movimento negro e de mulheres negras vem fazendo há muitos anos. Desde que saímos da escravização a gente vem lutando por inclusão da população negra na sociedade brasileira”, afirmou Carol Dartora. “O Paraná é um estado que de certa maneira ficou atrasado por um racismo estrutural muito grande e por ter inviabilizado a população negra por muito tempo. É resultado dessa luta histórica, mas também de um momento em que a classe trabalhadora sentiu a necessidade de um avanço”.

-----

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link.