Marcia Lopes defende recomposição no orçamento da assistência social
Londrinense foi nomeada como uma das coordenadoras da área na equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 09 de novembro de 2022
Londrinense foi nomeada como uma das coordenadoras da área na equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
Pedro Marconi - Grupo Folha
A londrinense Marcia Lopes espera iniciar os trabalhos na equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até segunda-feira (14). Ela ficará em Brasília (DF), no Centro Cultural Banco do Brasil, junto com os demais escolhidos para fazer parte da equipe. A ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome entre 2010 e 2011, no segundo mandato de Lula, foi anunciada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) como uma das coordenadoras da área social na terça-feira (8).

Lopes estará ao lado da senadora Simone Tebet (MDB), do deputado estadual mineiro André Quintão (PT) e da ex-ministra Tereza Campelo. “Recebi o telefone da Gleisi (Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores) dizendo que o presidente Lula havia feito o convite. Teria que ser uma reposta rápida, aguardaram minha posição e foi positiva”, contou à FOLHA.
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Professora aposentada da UEL (Universidade Estadual de Londrina), é formada em assistência social pela instituição. Foi vereadora pela cidade de 2001 a 2004 e candidata a prefeita nas eleições de 2012, terminando em terceiro lugar no pleito. Anos antes, em 2007, havia assumido no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) o cargo de coordenadora da Rede de Pobreza e Proteção Social dos países da América Latina e Caribe.
Para Marcia Lopes, o maior desafio da transição e, principalmente, do próximo governo será recompor o orçamento da assistência social. “A assistência foi desmontada do ponto de vista orçamentário. O ministério (de Combate à Pobreza) hoje está no Ministério da Cidadania, com uma série de outras políticas públicas. Sabemos que teremos um esforço hercúleo para reconstruir a assistência social, resgatando o pacto federativo, considerados estados e município”, avaliou a ex-ministra, que nesta quarta-feira (9) cumpria agenda em Santa Catarina.
De acordo com dados do Portal da Transparência, o Governo Federal tem um orçamento, neste ano, de R$ 197,78 bilhões para a área de atuação da assistência social. Em 2020 foram investidos R$ 463,16 bilhões. Ou seja, a redução em dois anos foi de 57,4%.
Dados do Congemas (Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social) mostram que a verba federal para auxiliar no financiamento do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), que era de R$ 3,4 bilhões em 2015, está prevista em cerca de R$ 28 milhões no ano que vem, segundo foi indicado na peça orçamentária enviada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso.
“O presidente Lula já anunciou que o principal objetivo é tirar a população da situação de fome. Para combater a fome temos que assegurar renda às famílias, com o Bolsa Família (hoje Auxílio Brasil) de R$ 600 mais R$ 150 por criança, enfrentamento imediato do custo dos alimentos, atualização do salário mínimo e resgatar a importância estratégica do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), para trabalhar com o SUS (Sistema Único de Saúde), Educação, Cultura e Esporte”, elencou.
POSSIBILIDADE DE MINISTÉRIO?
A londrinense espera que as conversas com a atual equipe de assistência do governo sejam profícuas. Também descartou ter sido chamada para fazer parte de ministérios a partir de janeiro do ano que vem. “A minha expectativa é responder por esse momento de transição. Não tinha expectativa de estar lá e agora vou com muita honra. O governo tem uma frente ampla de partidos, colaboradores, quadros preparados. Vou estar na retaguarda, ajudando, até dezembro”, garantiu.
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