Juiz da Lava Jato manda acusações de Tacla contra Moro e Deltan ao STF
Réu na operação diz ter recebido pedido de pagamento para ajudar em negociação de delação premiada; ambos negam as versão
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segunda-feira, 27 de março de 2023
Réu na operação diz ter recebido pedido de pagamento para ajudar em negociação de delação premiada; ambos negam as versão
Catarina Scortecci - Folhapress
O advogado Rodrigo Tacla Duran prestou depoimento nesta segunda-feira (27) ao juiz Eduardo Appio, que conduz a Operação Lava Jato em Curitiba, e voltou a fazer acusações contra o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallangol, hoje congressistas pelo Paraná. Devido ao foro especial de Moro e de Deltan, Appio decidiu encerrar a audiência, "sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do ministro Ricardo Lewandowski", que já despachou no caso.
Tacla Duran é réu acusado de lavagem de dinheiro em processo da operação e estava foragido das autoridades brasileiras até este mês, quando Appio, que assumiu os casos da Lava Jato em Curitiba em fevereiro, decidiu revogar prisão preventiva que tinha sido decretada quando Moro ainda era juiz.
Desde 2017, o advogado faz acusações contra um amigo de Moro, Carlos Zucolloto Junior, que foi sócio da mulher do ex-juiz, Rosângela. Tacla Duran diz ter recebido pedido de pagamento para ajudar em negociação de delação premiada. O casal e o amigo sempre negaram essas acusações.
Nesta segunda, após o depoimento, Moro, que hoje é senador pela União Brasil-PR, afirmou que "não teme qualquer investigação, mas lamenta o uso político de calúnias feitas por criminoso confesso e destituído de credibilidade".
"Trata-se de uma pessoa que, após inicialmente negar, confessou depois lavar profissionalmente dinheiro para a Odebrecht e teve a prisão preventiva decretada na Lava Jato. Desde 2017 faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou. Tenta desde 2020 fazer delação premiada junto à Procuradoria-Geral da República, sem sucesso. Por ausência de provas, o procedimento na PGR foi arquivado em 9/6/22."
Em depoimento a autoridades espanholas em 2017, Tacla Durán afirmou ter emprestado contas bancárias de suas empresas fora do Brasil para movimentar recursos da empreiteira Odebrecht. Nascido no Brasil, com dupla cidadania por ser filho de espanhol, Tacla Durán vive na Espanha, que rejeitou pedido de extradição apresentado pelo Brasil.