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Política 5m de leitura

Flávio alega 'engano' em voto que aprovou brecha para aumento do fundo eleitoral

ATUALIZAÇÃO
05 de dezembro de 2019

João Ker
AUTOR

Flávio Bolsonaro (sem partido) admitiu nesta quarta-feira, 4, que "não prestou atenção" na votação em que Câmara e Senado apreciaram os vetos à minirreforma eleitoral e garantiram o direito de os próprios parlamentares aumentarem o fundo eleitoral para 2020. Na terça-feira, 3, uma semana após o voto do senador, o relator da Lei Orçamentária Anual (LOA), deputado Domingos Neto (PSD-CE), propôs que o fundo público para o próximo ano fosse de R$ 3,8 bilhões.

"Acabei dando um voto para derrubar esse veto, quando na verdade o voto deveria ter sido para manter o veto", afirmou o senador em vídeo publicado em seu canal no YouTube nesta quarta-feira. O veto a que ele se refere foi um dos sete estipulados pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, que impedia um aumento no valor destinado às campanhas para prefeito e vereador em 2020.

O novo valor proposto pelo relator é 120% maior do que o total de verba pública destinada às campanhas eleitorais de 2018. O montante, do qual cerca de 20% será destinado ao PSL e ao PT, é também R$ 1,8 bilhão a mais do que o sugerido pelo governo federal. A proposta ainda precisa ser aprovada pela Comissão Mista Orçamentária e pelo plenário da Câmara.

'Colinha'

Flávio afirma no vídeo que, ao chegar na votação, foi-lhe entregue uma "colinha de votos", distribuída pela liderança do governo, Major Olímpio (PSL-SP). "Eu peguei essa folha e não chequei exatamente esse ponto principal", admitiu. Ainda de acordo com o senador, ele teve que votar 259 vezes apenas "naquela folhinha".

"Agora já passou, não tem como voltar atrás", afirma o filho de Jair Bolsonaro no vídeo, comprometendo-se a "jamais usar recursos desse fundo", uma "monta muito grande", em sua definição.

De acordo com o artigo 49 da Constituição Federal, uma das funções primárias do Senado Federal e de seus componentes é fiscalizar e controlar os atos contábeis, financeiros e orçamentários do Poder Executivo, com apoio do Tribunal de Contas da União.

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