Um dia após o fim do acampamento de manifestantes bolsonaristas na zona leste de Londrina, o único sinal que permaneceu do QG montado em frente ao Tiro de Guerra era uma montanha de lixo e entulhos, ao lado da rua que dá acesso à unidade do Exército na cidade.

Bolsonaristas deixaram muito lixo e entulho após encerrarem acampamento em frente ao Tiro de Guerra, na zona leste
Bolsonaristas deixaram muito lixo e entulho após encerrarem acampamento em frente ao Tiro de Guerra, na zona leste | Foto: Gustavo Carneiro

Todas as barracas foram retiradas, além dos banheiros químicos e das bandeiras e faixas que ficaram penduradas por quase 70 dias nos muros e grades do TG. Durante a tarde de terça-feira (10), a reportagem da FOLHA esteve no local e não havia nenhuma movimentação de pessoas ou carros nas proximidades. O acesso ao Tiro de Guerra também estava normalizado.

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Para alguns moradores da região, o encerramento do acampamento foi um alívio e trouxe a tranquilidade novamente para a região. "Não houve mudanças significativas na nossa rotina em razão do acampamento, até porque estava um pouco distante daqui. Mas, principalmente, nos fins de semana aumentava muito o volume de carros na região e isso incomodava um pouco", afirmou uma moradora da Rua Augusto Canezin, que preferiu não se identificar.

A Rua Augusto Canezin está localizada nos fundos do TG e onde estão as residências mais próximas. O unidade do Exército em Londrina fica em uma área isolada entre a pista do aeroporto e o recém-inaugurado Arco Leste. A própria via que dá acesso ao portão principal do TG é fechada para o tráfego normal e não há trânsito de carros, motos e ônibus pelo local.

A doméstica Ana Lúcia do Nascimento lembra que, em alguns momentos, o som do acampamento atrapalhava, especialmente os alunos da Escola Estadual Heber Soares Vargas, que fica próxima ao Tiro de Guerra. "Meus filhos estudam no colégio e reclamaram algumas vezes, principalmente nos primeiros dias do acampamento, quando o volume de pessoas era maior", comentou. "No entanto, nunca tivemos nenhum problema com as pessoas que estavam lá e acredito que eles têm o direito de protestar por aquilo que eles entendem que esteja errado."

O grupo de bolsonaristas estava acampado em frente ao TG de Londrina desde o dia 2 de novembro de 2022 após não aceitar a derrota nas urnas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que perdeu as eleições para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os manifestantes defendiam causas antidemocráticas como um golpe de Estado e intervenção militar.

A desmobilização do acampamento se deu em razão de uma ordem judicial assinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, que determinou o fim de todos os protestos em frente aos quartéis do Exército no país. Em Londrina, a desmobilização foi feita de forma pacífica após negociação da Polícia Militar com os manifestantes.

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