Em Londrina, Ciro Gomes fala em "restaurar autoridade da presidência"

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, cumpriu rápida agenda na manhã desta sexta-feira (9) em Londrina. A chegada na praça Getúlio Vargas, centro da cidade, estava prevista para às 9h30, porém, o ex-governador do Ceará desembarcou da van por volta das 11h30, sendo recebido por correligionários e postulantes à Assembleia Legislativa e Câmara Federal.

Ele discursou por dez minutos ao lado do candidato ao governo do Estado pelo partido, Ricardo Gomyde, e da professora Desiree Salgado, que disputa a vaga no Senado. Em entrevista à imprensa, Ciro falou que sua principal preocupação é “restaurar a autoridade da Presidência da República diante das interferências descabidas de setores do judiciário” e “cutucou” os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT), que lideram as pesquisas eleitorais.

“Só vamos restaurar a autoridade da presidência se o presidente não tiver ‘rabo preso’, não tiver parentes, filhos envolvidos com suspeita de corrupção. Isso, infelizmente, é comum entre os filhos do Bolsonaro e do Lula. A minha intenção é só restaurar a autoridade da presidência do Brasil e encerrar essa crônica que somos obrigados a escolher de qual dos dois é menos corrupto”, atacou.

Nesta semana, o presidenciável pedetista disse a uma emissora de rádio que “Lula tinha filho ladrão”. Em reação ao comentário, os filhos do ex-presidente entraram na Justiça paulista cobrando explicações. “É só procurar no Google o caso Gamecorp”, respondeu ao ser questionado sobre a ação judicial. A investigação da Lava Jato, envolvendo Fábio Luis Lula da Silva, o “Lulinha”, foi arquivada em janeiro deste ano.

INDÚSTRIA

Ciro também destacou suas propostas para a área da economia e afirmou que o Brasil passa por um processo de desindustrialização. “Estudei profundamente como fazer isso (a reindustrialização): complexo industrial da saúde, do agronegócio, da defesa e do petróleo, gás e energias renováveis podem explodir a indústria brasileira, a geração de emprego, renda e tributos para melhorarmos a saúde e a educação”, elencou.

O pedetista – que tenta a presidência pela quarta vez e aparece em terceiro nas pesquisas, longe de Lula e Bolsonaro – ressaltou o papel do turismo, agronegócio e indústria do Paraná, porém, avaliou que estes setores “estão sofrendo”. “O agronegócio tomou uma pancada de aumentar 200% seus custos de importação de fertilizantes, por isso, quero verticalizar a produção industrial no Brasil. A indústria paranaense está definhando com juros, câmbio e sistema tributário caótico, que quero mudar.” O Paraná possui um PIB (Produto Interno Bruto) industrial de R$ 105,8 bilhões, equivalente a 7,6% da indústria nacional.

SETE DE SETEMBRO

Nesta semana, o PDT acionou a Justiça Eleitoral pelos atos do presidente Bolsonaro no Sete de Setembro. Ciro voltou a criticar o que considerou um “despudor” do atual chefe do Executivo. “Foi um despudorado comício usando dinheiro público, poder público, as Forças Armadas como coadjuvantes humilhadas, no seu esforço de atacar adversários e defender sua candidatura que está naufragando”, condenou. “O judiciário brasileiro está desafiado a dizer ao povo brasileiro se a lei no Brasil vale ou se o que valem é a prepotência e o autoritarismo do Bolsonaro.”

No período da tarde, Ciro e Gomyde passaram por Maringá, visitando o comitê de uma candidata a deputa estadual, lideranças locais e a militância.

INVESTIGAÇÃO

O Ministério Público Militar abriu uma apuração contra Ciro Gomes, atendendo a um pedido do Ministério da Defesa. Ele é acusado pelo governo Jair Bolsonaro de crime militar por supostamente difamar as Forças Armadas.

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