Imagem ilustrativa da imagem DER-PR é alvo de nova operação em menos de 7 meses
| Foto: Marcos Zanutto



Após ser alvo do Ministério Público Federal (MPF) em fevereiro deste ano, na Operação Integração (48ª etapa da Lava Jato) - que investiga casos de corrupção ligados aos procedimentos de concessão de rodovias federais no Estado do Paraná - o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) acabou novamente na mira, agora do Gaeco, na Operação Rádio Patrulha, com a sede do departamento entre os 26 locais com mandados de busca e apreensão. Além de Curitiba, as ações aconteceram em Londrina, Santo Antônio do Sudoeste e Nova Prata do Iguaçu.

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A operação está sob sigilo, mas a assessoria da Gaeco disse à reportagem da FOLHA que a busca na sede do Gaeco foi especificamente de documentos relacionados ao programa Patrulha do Campo, do Governo do Estado, no período de 2012 a 2014, apurando-se indícios de direcionamento de licitação para beneficiar empresários e pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Entre as empresas citadas que podem ter sido beneficiadas do esquema, estão a Cotrans, Ouro Verde e J.Malucelli.

Através de nota, Joel Malucelli esclareceu que as acusações são injustas e nega qualquer irregularidade da empresa que fundou. "O empresário desde 2012 se desligou das atividades e rotinas da empresa fundada por ele e se encontra na presente data em férias, fora do país, aguardando orientação de seus advogados, que ainda não foram notificados oficialmente sobre a operação. Fundamental reafirmar que a JMalucelli Equipamentos já se manifestou nesta terça-feira (11) negando, veementemente, a participação em qualquer irregularidade e informou que não formou qualquer contrato com o Governo do Paraná relacionado às Patrulhas Rurais".

A Ouro Verde - cuja as investigações envolvem seu acionista e membro do Conselho de Administração da Companhia, Celso Frare - informou "que, no curso ordinário de seus negócios, prestou serviços de locação de máquinas e equipamentos pesados ao Estado do Paraná durante o período de abril de 2013 a julho de 2015 após se sagrar vencedora em processo licitatório público e que cumpriu todas as suas obrigações legais no âmbito de tal contratação, inclusive havendo atualmente cobrança judicial contra o Estado por valores não pagos, apesar dos serviços prestados". "Ao longo de seus 45 anos de história, a Ouro Verde jamais se envolveu e nega qualquer envolvimento com relação a qualquer ato ilícito, e tem plena convicção de que demonstrará isso de forma cabal às autoridades competentes", complementou através de nota emitida pela assessoria.

A reportagem aguarda agora o retorno da assessoria jurídica da empresa Cotrans.

Já o DER-PR informou que está colaborando com as operações do Gaeco e Lava Jato. A nota diz que a direção do órgão foi substituída em abril de 2018 e não tolera práticas de corrupção. "O DER-PR ressalta ainda que o programa Patrulha do Campo, iniciado em março de 2013, foi encerrado em julho de 2015. Já o contrato com a concessionária Rota das Fronteiras para a concessão do Corredor da PR-323 foi rescindido em maio de 2017, sem qualquer ônus para o Estado", concluiu.