Imagem ilustrativa da imagem Ex-diretor do DER deixa a prisão após acusações de desvio do pedágio
| Foto: Jonas Oliveira/AEN



O ex-diretor-geral do DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná), Nelson Leal Júnior, deixou a carceragem da Superintendência Federal do Paraná, em Curitiba, na tarde de segunda-feira (28). Leal e outras seis pessoas foram presas no final de fevereiro na 48ª fase da Operação Integração, a chamada Operação Integração que mirou desvios nos contratos do Pedágio e em diretos do grupo Triunfo, que administra a Econorte que tem praças de pedágio de rodovias no norte do Paraná.

Em abril, o ex-diretor do DER incorporou na sua defesa os advogados Tracy Reinaldet e Gustavo Sartor, que são especialistas em delações premiadas. Ele também estava preso no complexo penal de Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba) e foi transferido para a sede de PF, outro indicativo de que estaria firmando acordo de colaboração.

Procurado pela FOLHA, Reinaldelt disse que não comenta casos em andamento e não confirmou o suposto acordo de colaboração com a Justiça. A assessoria do MPF (Ministério Público Federal), informou, em nota, que não irá se manifestar neste sentido. "O MPF não faz comentários sobre supostas colaborações ou negociações de acordos ou mesmo homologações, se elas ocorreram ou não."

DESVIO NOS PEDÁGIOS
Nelson Leal Júnior é apontado como o principal responsável pelo esquema fraudulento no órgão estatal. Conforme aponta a denúncia, ao mesmo tempo em que viabilizava dentro do DER os aditivos favoráveis à concessionária Econorte. De acordo com o MPF, o pedágio cobrado nas rodovias da Econorte era mais caro do que o estabelecido em contrato por causa da corrupção. Ele foi denunciado por lavagem de dinheiro, corrupção passiva, estelionato, e organização criminosa.

Os promotores também consideraram que o réu tinha gastos incompatíveis com a renda declarada. Em Balneário Camboriu Leal Junior teria comprado um apartamento de luxo por mais de R$ 2,5 milhões. A acusação apontou que a aquisição do apartamento teria ocorrido de forma oculta, com pagamentos de aproximadamente R$ 500 mil em espécie. A compra do imóvel, na denúncia oferecida, foi descrita como um ato de lavagem de dinheiro praticado por Leal. Ele foi afastado da diretoria do DER e negou as acusações em depoimento.