A Câmara Municipal de Londrina (CML) vai ter mais duas sessões ordinárias presenciais em sua sede própria até começarem os trabalhos de reforma do imóvel. Os encontros serão na terça (12) e quinta-feira (14) da próxima semana. Entre sexta (15) e segunda-feira (18), o expediente estará suspenso, pois haverá a mudança do servidor de informática do Legislativo.

Já as atividades remotas terão início a partir de 19 de setembro – e devem seguir dessa forma até 30 de outubro, no máximo. Esse é o prazo final previsto em contrato para serem realizadas adaptações no imóvel locado pela CML para funcionar como sede provisória.

O local definido pela presidência de Emanoel Gomes (Republicanos) para abrigar o parlamento ao longo do período de melhorias na edificação do Centro Cívico fica em parte do complexo da Anhanguera/Unopar, no Jardim Piza, região sul de Londrina, a uma distância de pouco mais de 3 quilômetros do prédio original.

A universidade particular vai receber R$ 65 mil por mês dos cofres públicos para alugar o espaço. O comando da Casa bateu o martelo nessa edificação após abrir dois chamamentos públicos que resultaram em quatro propostas da iniciativa privada – mas, segundo o Legislativo, só a escolhida reuniu as condições procuradas (documentação em dia e estrutura compatível com a demanda do órgão).

Empresa responsável pela reforma, a Regional Construções Civis está selecionada via licitação já desde o fim do semestre passado, quando foi concluída a concorrência pública tocada pela Prefeitura. A empreiteira receberá R$ 15,3 milhões para, até dezembro de 2025 (conforme estabelece a lei municipal 13.530/22), executar aquela que é considerada a maior intervenção no prédio inaugurado em junho de 1977.

FEMINICÍDIO REPERCUTE

Em tom de indignação, vereadoras comentaram em plenário na sessão desta terça-feira (5) o ato feminicida que acarretou a morte de Júlia Beatriz Garbossi Silva, 23, e Daniel Takashi Suzuki Sugahara, 22. A dupla foi assassinada no último domingo (3), na região oeste de Londrina, ao tentar defender a amiga C.M.M. de um ataque a golpes de faca atribuído a Aaron Dellesse Dantas. A jovem sobreviveu e o investigado está preso preventivamente.

“Só podemos lamentar e dar nossos votos de pesar para essa família e todos os amigos [...] Todas as mulheres que tiverem a oportunidade de denunciar, denunciem. Peçam ajuda, não deixem chegar a uma situação extrema. Londrina tem uma das melhores redes de apoio do Brasil”, afirmou a procuradora especial da Mulher da CML, Professora Sonia Gimenez (PSB).

“Temos que lutar pelo direito da mulher escolher com quem quer ficar, como quer ficar. Sabemos muito bem que eles [Dantas e a sobrevivente] não tinham envolvimento amoroso e que ele a perseguiu [...] É um absurdo uma sociedade como a nossa, em que as mulheres ainda têm que brigar para defender suas vidas”, discursou a presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa da Cidadania, Professora Flávia Cabral (PTB).