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. | Foto: CML/Imprensa/ Devanir Parra

O vereador Amauri Cardoso (PSDB) fez um discurso de quase 10 minutos, na Câmara Municipal de Londrina, nessa terça-feira (27), pela primeira vez após briga com deputado federal Emerson Petriv, o Boca Aberta (Pros), que ocorreu no último sábado (23). No episódio, que ganhou grande repercussão nas redes sociais, o tucano reage com um soco às provocações verbais feitas pelo deputado no meio da rua na saída de um evento realizado por uma instituição particular no centro da cidade.

Em plenário, Cardoso pediu desculpas aos colegas vereadores e disse que nunca teve a intenção de prejudicar a imagem do Legislativo. “Eu lamento que o episódio tenha exposto essa Casa”. O pedido de desculpas ocorreu no mesmo dia em que o presidente da Câmara, Ailton Nantes (PP), recebeu em plenário a denúncia feita pelo motoboy Fábio Gomes, que protocolou uma representação na Câmara Municipal contra o vereador tucano, alegando quebra de decoro parlamentar. Sobre o pedido, o tucano disse que confia no julgamento da Justiça e dos vereadores. “Eu reafirmo que apenas me defendi, eu fui agredido e reagi porque ele vinha em minha direção.”

Em outro trecho, ressaltou que respeita a democracia e o debate político. Entretanto, reafirmou que teve um reação para se defender das “injustas agressões”. Cardoso também desmentiu que teria utilizado objeto cortante na hora do soco. “Eu desferi um único golpe, do meu próprio punho. Não sou uma pessoa agressiva, mas em um momento de intimidação coletiva o ser humano tende a reagir pelo que julga necessário para cessar tal situação.”

No domingo (24), Boca Aberta recebeu alta do hospital após ter o nariz quebrado e poderá passar por procedimento cirúrgico. Já nesta segunda-feira (25), a Justiça Federal de Londrina descartou pedido feito pela defesa do deputado de mandar prender o vereador.

Medida protetiva

Outro a discursar foi o vereador Jamil Janene (PP), que também se envolveu em brigas com Boca Aberta. Janene e seu advogado Marcos Prochet afirmaram que entraram com pedido de prisão contra o deputado porque alegam que ele teria descumprido uma medida judicial. Em 2017, o juiz da 5ª Vara Criminal de Londrina, Paulo Roldão, determinara que o deputado federal deveria manter a distância de 500 metros de Janene e de 100 metros da residência dele e da empresa. “Preciso garantir minha integridade física e política. No sábado, ele descumpriu essa cautelar”, disse Janene.

Boca Aberta negou que descumpriu cautelar e disse que estava no evento oficial a convite dos organizadores do seminário da saúde. Segundo o deputado federal, a medida cautelar já foi cumprida quando ele utilizou por 90 dias a tornozeleira eletrônica. “A medida é apenas restritiva à minha entrada à Câmara Municipal. E mesmo que tivesse valendo, a loja está a 120 metros da universidade onde foi o evento. Essa situação é apenas para desvirtuar a agressão covarde que eu sofri”, disse o deputado.

Por possuir foro provilegiado em decorrência da função, Boca Aberta alegou ainda que o pedido de prisão feito por Janene teria que ser feito no STF (Supremo Tribunal Federal) e não caberia ação na Justiça Comum.

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