Resgate da nossa essência enquanto nação
PUBLICAÇÃO
sábado, 12 de novembro de 2022
Luísa Canziani
Como política que ainda não havia nascido na democratização do País - mas que tem conhecimento sobre o que se passou na linha do tempo desde a ditadura até a aprovação da Constituição e as eleições diretas - me preocupa a cisão que vivemos. Essa divisão tem prejudicado as relações familiares, sociais, a saúde emocional das pessoas e a nossa própria condição enquanto cidadãos que vivemos em um país democrático.
Embora o resultado das eleições tenha desagradado a maioria dos paranaenses, acredito que é chegado o momento de projetarmos o futuro. Além das nossas preferências pessoais, precisamos perseguir os valores fundamentais que nos sustentam enquanto nação: respeito ao próximo, às ideias divergentes, preferências ideológicas e de gênero e até mesmo nossas escolhas de vida. Precisamos seguir firmes no propósito de unir os brasileiros, cada qual com a sua contribuição, sem vitimismos ou acusações e apenas buscando justiça social.
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Esse período vivido ficará marcado pelo confronto, pelas inverdades, “fake news”, pela destruição de reputações, pelo ativismo judicial e tudo isso com uma toxicidade jamais vista! Em vista disso, o exercício do voto e a decisão com relação ao futuro do País se tornaram menores em face da batalha travada e da animosidade. A democracia brasileira ainda é muito jovem, talvez uma adolescente em plena ebulição, mas com uma identidade própria a ser resolvida e com muitos problemas econômicos, políticos e sociais.
E ideologias não cabem mais nesse processo porque subestimam a grandeza e o enorme potencial do nosso País. Elas estão dissociadas da nossa realidade, que é muito mais complexa. Não podemos nos limitar a divisões simplistas como pessoas de alta ou baixa renda, por exemplo. Tudo vai muito além disso! O foco deve estar em propostas que promovam políticas públicas capazes de gerar desenvolvimento econômico e reduzir as nossas desigualdades sociais. Esse é o caminho rumo à prosperidade!
Assim como a sociedade precisa aparar as arestas e se reconciliar, à classe política cabe a missão de se libertar de vaidades e egocentrismos, em prol de um trabalho sério e coordenado que busque soluções para os nossos problemas como a fome, que promova a educação, que estimule a inovação, a pesquisa e a ciência, que dê qualidade de vida e emprego digno à população, que cuide das pessoas com deficiências, dos idosos. Enfim, temos que cumprir o dever que nos foi legitimamente outorgado pelos eleitores.
Tivemos um novo Congresso eleito que refletiu a vontade popular pelas reformas, de um Estado menor e mais eficiente, inclusive com um olhar especial ao combate à corrupção. Ao presidente eleito, há uma missão reconciliadora e de pacificação do País, ao lado de enormes desafios que perpassam os interesses de seus aliados.
O Brasil precisa caminhar rumo ao futuro, com marcos regulatórios eficientes. Precisamos de diálogo, temos que buscar consensos e transparência pelo bem do Brasil. E todos devem ser ouvidos nesse processo! Como parlamentar, a experiência vivida me ensinou que não podemos e nem devemos perder a nossa essência enquanto povo, que é genuinamente de paz e não de guerra. Igualmente, me proporcionou a reflexão de que, independentemente do governo ou partido que esteja no poder, devo exercer o meu mandato de forma a retribuir e dignificar os meus eleitores e, também, aqueles que não votaram em mim.
Trabalho em prol das pessoas e da sociedade e acredito que a atuação parlamentar deve ser pautada pela independência, mas de forma a atender aos objetivos e anseios da população. Contem comigo, sempre imbuída desse espírito de equilíbrio, fiscalização, diálogo e resultado pelos próximos quatro anos.
Luísa Canziani, deputada federal reeleita pelo Paraná.
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