Observando a dinâmica desse importante e mesmo fundamental instrumento à acessibilidade urbana que pode, e deve, beneficiar a todos, sem exceção, tal a faixa de pedestres, veio-me à luz uma reflexão que, levado à discussão da opinião pública, trará inolvidável aperfeiçoamento ao fluxo diário do trânsito. Veja: o tempo no qual um pedestre aguarda em pé, sob o sol, chuva, calor ou frio, para atravessar uma faixa, enquanto os motoristas estão devidamente sentados em seus bancos, em média é muito superior ao tempo que os automóveis aguardam entre o sinal vermelho e verde. Isto porque quando o sinal fica verde para a faixa, todos os demais sinais para os automóveis ficam vermelho, ou seja, a travessia se torna um evento que obsta completamente o fluxo veicular (motos, carros, etc.). Além de esperar muito mais tempo para atravessar poucos metros, o tempo concedido para a travessia do pedestre é proporcionalmente ínfimo: espera-se minutos mas quando o sinal do pedestre fica verde (onde há), concede-se-lhe apenas alguns segundos, sem considerar sua condição de idoso, cadeirante, ou atleta, enfim, sua condição física (uns andam mais rápido, outros não). A igualdade de todos perante a lei, que significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de suas desigualdades, deve ser observada. Os pedestres (todos nós) não podem ser inferiorizados em relação aos motoristas. A solução a este problema é a seguinte: as faixas de pedestres situadas nas laterais das vias urbanas terão seus sinais verdes em sincronia com o sinal verde da pista principal (perpendicular a elas), ou seja, quando o sinal ficar verde para a via, a faixa à frente recebe o sinal vermelho, à exceção das laterais (esquerda e direita) que ficariam verdes. A adoção desta técnica permitirá, a meu ver, que todas as faixas de pedestre passem a ter sinal, e o tempo em que ficarão abertas (sinal verde), bem como o tempo de abertura do sinal verde para os veículos, no mínimo será o dobro, ficando o sinal de travessia verde enquanto o sinal da via perpendicular à faixa ficar verde, e vice-versa, destacando -por meio de ampla divulgação a ser feita pelo órgão de trânsito- que a faixa de pedestre, quando seu sinal estiver verde, sempre terá preferência em relação à via perpendicular. Isto trará enorme fluidez ao trânsito de pedestres e veículos, bem como avançada segurança jurídica e interpretativa, tanto a pedestres quanto a motoristas. É a minha opinião.

Eduardo Tozzini (advogado) - Londrina

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Um país campeão

O Brasil almeja ser um país líder e está conseguindo, mas tudo tem os dois lados, inclusive as moedas. Todavia, nosso país parece que só tem o lado negativo. É um dos primeiros em atraso, o grande líder em corrupção, o número um em bêbados, o campeão de motoristas embriagados soltos para tomar a saideira, líder em estradas esburacadas, em pedágios caríssimos, portos com a água pelo umbigo, aeroportos com birutas furadas, ferrovias se perdendo nas ferrugens. O país está tentando chegar ao topo dos países dos corruptos puro-sangue, os sempre-livres, o país da liberdade para crimes do colarinho branco, o país que menos respeita os idosos. Brasil das filas para tudo, inclusive para morrer nas filas das consultas de quase um ano para cardíaco, aguenta coração! Se não aguentar, é o vale-caixão! Afinal, no Brasil tem vale para tudo, mesmo o brasileiro só valendo alguma coisa na véspera de eleição. Queria sugerir para algum nobre político a criação do vale-vela para substituir o termo "sem choro nem vela". O povo brasileiro é como boi de engorda, ninguém mais passava fome, porém o dinheiro que é todo gasto neste assistencialismo falta no hospital, no tratamento do doente terminal que morre. Outros morrem arrotando refrigerante de garrafas pet que entopem os bueiros do pobre que mora nas baixadas ou nos morros dos deslizamentos. Como grande líder mundial, o Brasil quer uma cadeira na ONU, nem se for preciso levar a cadeira daqui mesmo! Para fechar com chave de ouro, viva a seleção brasileira porque vamos ser campeões em ingenuidade e continuarmos pensando que somos os melhores no futebol. Escrevi este texto em junho de 2011 e só fiz pequenos ajustes. Vou guardar para mais 10 anos, talvez até fique mais atual.

Manoel José Rodrigues (assistente administrativo) - Alvorada do Sul

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