Estamos vivenciando a mais incivilizada campanha eleitoral da era pós redemocratização. Uma contenda polarizada que nos envergonha, nos causa desgosto, aversão e repugnância. Os dois candidatos mais cotados para a disputa final detêm altos índices de rejeição, não debatem ideias, não apresentam propostas e nem solução premente para os graves problemas que o país atravessa.

São só ofensas morais, impropérios e agressões de todo tipo. O ápice da estupidez foi o tiroteio com morte em Foz do Iguaçu. As incontinências verbais dos próprios candidatos e de seus estrategistas de campanha retumbam nas redes sociais, multiplicadas de forma irresponsável por adeptos inconsequentes.

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As fake news são disseminadas sem nenhum critério e cuidado; um espetáculo burlesco, ultrajante e deplorável. O candidato da esquerda fala em acabar com o teto de gastos, revogar as reformas trabalhista e da previdência, regular a imprensa, entre outros retrocessos. O próprio silêncio sobre a sua condenação e prisão por corrupção, das quais não foi inocentado, é profundamente constrangedor.

O da direita, instável, inepto e atroz, passou três anos e meio hostilizando a quem o questionasse e litigando com quem não lhe prestasse subserviência. No decurso desse tempo, trabalhou única e exclusivamente pela sua reeleição, sempre dizendo que somente Deus o tira da cadeira presidencial, envolvendo a sua política rasteira com a fé religiosa. Com costumeiros arroubos autoritários, chegou ao requinte da irreverência quando declarou que só aceitará o resultado das urnas se o eleito for ele.

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O ambiente está mais para briga de rua, alimentada por um misto de trapaças, falácias e fanfarrices, do que para um pleito eleitoral. Todavia, essa conjuntura de insânia e bravatas tresloucadas é preocupante e sinaliza que a nossa democracia está em perigo. Se o postulante da esquerda revive a vontade de voltar a conviver com ditaduras socialistas e com a cartilha doutrinária radical da sua ideologia política, o da direita ataca instituições, desacata autoridades constituídas e ameaça constantemente romper a ordem institucional. Nas urnas vamos nos deparar com essa execrável e terrível falta de opção. É de dar nojo!

Ludinei Picelli (administrador de empresas) Londrina

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