Intempérie natural que deixa o agricultor de pelo arrepiado, tenso, preocupado, pois além de ser um fenômeno esperado na estação de outono e inverno, todos torcem para que venha bem de mansinho, de preferência seja levado pelo vento para longe de sua lavoura.

Imagem ilustrativa da imagem OPINIÃO DO LEITOR - Geada e seus efeitos colaterais
| Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

O efeito colateral direto da geada é sempre desastroso, ainda mais como ocorreu, três consecutivas, não há fisiologia vegetal que resista a tamanha agressão seguida. Ela carrega consigo o "benefício" de controle de pragas, mas isso é questionável, pois há a adaptação desses insetos na diversidade, então esse argumento começa a se desmoronar.

Por outro lado, veremos que os prejuízos dos produtores é algo surreal, pois há os investimentos colossais na implantação da cultura, que se perde com o evento, restando a esse guerreiro somente dívidas a serem diluídas em seus ganhos passados, quando há, significa um passo atrás em seu orçamento conquistado a longo dos anos.

Outros dirão, há o seguro rural, pois sim, explicando, o produtor trabalhou para as seguradoras, isso é realidade. Para o consumidor, resta torcer que suas necessidades básicas venham de regiões livres desta praga branca congelada, pois ele sabe que haverá altas de preços, às vezes até especulativas.

Diante dessa intempérie que suprime a renda de produtores e consumidores, resta para que as partes interessadas, sejam elas agentes bancários, cooperativas, revendas, indústria, que se crie um fundo de proteção, de lastro, para essas surpresas da agricultura. Com esses fundos cobrindo apenas os custos de perda, pois o agricultor entende o que se passa, e todos devem incentivá-lo a continuar produzindo alimentos, e todos os envolvidos na cadeia produtiva serão devidamente reembolsados.

Essa ferramenta de compensação já existe em países como os EUA e da União Europeia, onde é praticada com ótimos resultados para todos.

Yochiharu Outuki (engenheiro agrônomo) Itambaracá

A opinião do autor não reflete, necessariamente, a opinião da FOLHA.

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