A morte brutal de Bruno Pereira e Dom Philips no Amazonas é o retrato do Brasil na era Bolsonaro. Somos um país que deixou de respeitar os direitos humanos básicos, a Constituição e as legislações para colocar o lucro e a exploração acima de todos. Caso não fosse a pressão da mídia, sequer saberíamos desse caso horrendo que o mandatário da República tratou como mero caso de desparecimento de dois pessoas "mal vistas" na região. Até quando regrediremos à condição de velho oeste tupiniquim?

Daniel Marques (historiador) - Virginópolis (MG)

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Visão equivocada e ilação injusta

No tocante à carta do leitor Luiz Alberico Piotto, a quem manifesto admiração pelas suas escritas, tenho opinião diferente daquilo que expressou na edição do dia 18/06, desta Folha. Fazer troça de um juiz federal que condenou em torno de 140 agentes públicos corruptos, colocando dezenas deles na cadeia, que comandou uma operação redentora da moralidade nas instituições governamentais, recuperando dezenas de bilhões de reais desviados dos cofres públicos é injusto e lamentável. O regozijo empolgante que experimentamos no decorrer dos 5 anos da maior operação anticorrupção da nossa história nos encheu de esperança de termos um Brasil melhor. Sergio Moro não chegou ao fim e nem mesmo está em declínio. Pela sua retidão de caráter, pela sua resiliência e pelo seu amor à pátria, mais cedo ou mais tarde, ele voltará a combater os bandalhos e suas bandalheiras. Desta vez, caiu numa armadilha ao aceitar o convite para expandir seu trabalho moralizante em toda a governança. Como ministro, ao tentar continuar enfrentando o sistema criminoso instalado nas entranhas das nossas instituições governamentais, esbarrou na podridão de uma classe política altamente corrupta, nos interesses escusos dos sugadores do dinheiro público de toda sorte, na leniência da alta esfera do Judiciário e no "rabo de palha" do seu patrono. Foi vítima de uma covarde rasteira, que lhe foi imposta a pedido de parlamentares condenados por crimes do colarinho branco em troca da manutenção da governabilidade. De quebra, o mandatário mor do país fez questão de assumir o trabalho sujo de sepultar a Operação Lava Jato, tão cara para os brasileiros do bem. Hoje, Moro sofre uma abominável rejeição de detentores de mandatos envolvidos com falcatruas no Parlamento, no Executivo e no Judiciário, o que demonstra ser prova inconteste da sua dignidade. Para quem não tolera corrupção, o apoio aos lavajatistas é fundamental. O ex-juiz da Lava Jato está pagando o preço por desejar um país mais justo e decente aos brasileiros. Sua luta não será inglória e o nosso herói não terá o triste fim de Policarpo Quaresma, do conto de Lima Barreto, como aposta o sr. Piotto.

Ludinei Picelli (administrador de empresas) - Londrina

Vergonha mundial

Depois de dizer que o brasil é o celeiro do mundo, mesmo com 33 milhões de brasileiros passando fome, o governo deu outro tiro no pé, desta vez em nível internacional, com o assassinato na Amazônia do inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Mais uma vez o nosso país passando vergonha alheia. Depois da tragédia ocorrida os políticos ficaram indignados, como se não soubessem de nada, se fazendo de desinformados. No dia que os jovens e consumidores de outros países resolverem boicotar as empresas com sede no Brasil, como fizeram com a Rússia, então finalmente é fim de festa. O Brasil tem tantas riquezas, mas na mão da classe política é só ladeira abaixo. Ainda tem gente que defende e briga por políticos.


Manoel José Rodrigues (assistente administrativo) - Alvorada do Sul

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