O leitor poderá até “entender“ que seja devaneio de minha parte, “coisas” de Thomas More ou de Júlio Verne, todavia, ao meu juízo, “data venia”, penso que algo há de ser feito, sem pestanejar, vejamos:

Aos que não me conhecem, sou Paulo Roberto Bonafini, advogado há 40 (quarenta) anos e nascido nesta linda Londrina em 22 de abril de 1952.

“Ab initio” deixo claro que não tenho qualquer interesse político, seja síndico, vereador, e etc., apenas consigno o meu total inconformismo diante do que vem “ocorrendo” em nosso país, o que me leva a crer que alguém há de dar um “grito espartano”, pois a continuar neste marasmo apenas com “manifestações” nas redes sociais não chegaremos à lugar algum, vez que às vezes não vão além de elucubrações políticas e filosóficas, logo, ineficazes.

É comezinho que um órgão como a OAB e o Ministério Público não podem ser “frouxos, venais e muito menos lenientes” em especial diante de decisões “esdrúxulas do STF” que têm violado o mais “sagrado direito do povo”, qual seja, a “liberdade” de manifestação e não “libertinagem”, é óbvio ululante parafraseando o saudoso jornalista, escritor, teatrólogo e fluminense Nelson Rodrigues.

Não sou “esquerdista ou direitista”, apenas prezo pela justiça e paz social, sem violação aos princípios básicos que devem nortear uma sociedade ordeira e cumpridora de suas obrigações e que, porém, não pode ser “calada por fórceps pelo STF” como se vê corriqueiramente veiculado pela imprensa escrita, falada, televisionada (com restrições) e redes sociais.

Aquele que me lê com “absoluta isenção de ânimo”, sem qualquer “paixão ou tendência partidária” já pensou se houvesse, por exemplo, a começar de nossa linda Londrina uma convocação/assembleia à sociedade londrinense onde se reunisse a OAB/PR, porém, sem qualquer “vaidade” pessoal ou politicagem e representada pelo seu presidente no Paraná ; o Ministério Público Estadual pelo seu procurador geral do Estado; o Judiciário pelo seu presidente do Tribunal de Justiça do Paraná; a prefeitura de Londrina pelo seu prefeito municipal; a Câmara dos Vereadores pelo seu presidente; o presidente da ACIL; a direção geral da Maçonaria no Paraná; o presidente da Câmara de Deputados do Paraná; deputados estaduais e federais (em especial) os originários desta cidade; os dirigentes das Igrejas Católicas, Evangélicas e demais seitas, enfim, todos imbuídos à busca de uma solução aos “abusos” que se vêm cometendo nos órgãos máximos do país, quais sejam, STJ e STF?

É inconcebível, revoltante, e, sobretudo, inenarrável o que se vêm cometendo nos órgãos alhures mencionados, o que me leva a crer que esta manifestação seja lida e que se leve ao conhecimento das autoridades competentes acima nominadas “à voi d’ oiseau” e antes que Eos, a deusa iluminada da aurora pinte com os seus dedos cor-de-rosa as nuvens do amanhecer!

Sabemos das “regras constitucionais”, porém, ao meu juízo, se o Ministério Público tem em seu mister o fito de ser um órgão fiscalizador da lei, o porquê de nenhuma medida sob a sua “batuta” em uma convocação “sui generis” desta envergadura?

Somente assim saberemos até onde irá a “bravura” do MP com (isenção de ânimo e sem receio), quando então quiçá ouviremos o seu “grito espartano” que haverá de ecoar em meio à toda sociedade e no mais longínquo “deserto” deste país!

Esclareço que não sou “pau mandado”, logo, este (desabafo) é pessoal, pois é a forma que encontrei de dar “satisfação” a muitos amigos/conhecidos que me pedem para “fazer alguma coisa” enquanto advogado militante e intrépido.

Salta aos olhos muitas “otoridades” têm é receio de “perderem o cargo e serem exonerados” (sem louvores), daí a razão de se postarem como “leões de chácara” enquanto ocupantes de cargos públicos especialmente os concursados, sendo, contudo, que depois que se “aposentam” aí (alguns) viram “ninjas” nas redes sociais, todavia, de “olho” em algum cargo político ou estou errado? Seria inferência de minha parte?

Se não é da índole do povo brasileiro uma guerra civil, então o porquê de não levantarmos uma “bandeira pacífica" com a convocação dos acima nominados para que a manifestação popular venha a ecoar em nosso país em especial junto às autoridades diante da visível insatisfação da sociedade na sua grande maioria por conta das “atrocidades” que se vem cometendo?

É inenarrável a inoperância das nossas autoridades à solução de um imbróglio que vem se maximizando dia a dia em nosso país, lamentável!

Ora, se a última tábua de salvação do “povo” é a Justiça, pergunta-se:

Que justiça é esta que não se faculta ao cidadão os seus direitos a começar do artigo 5º e seus incisos da “Carta da Primavera” de 1988? Francamente!

Derradeiramente, sou grato àqueles que entenderem qual é o meu pretenso desiderato com esta explícita manifestação, sem receio, até porque o poeta diz que “os olhos são o espelho da alma e as palavras a voz do coração".

Paulo Roberto Bonafini, advogado

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