Imagem ilustrativa da imagem ESPAÇO ABERTO - Telefones fixos estão com os dias contados na Grã-Bretanha
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As empresas de telecomunicações da Grã-Bretanha lideram um processo que deve levar à extinção dos telefones fixos até o ano de 2025; a partir daí, somente será possível o uso de celulares conectados à internet.

A mudança impactará serviços que dependem da rede telefônica existente, como sistemas de alarme, caixas automáticos e as tradicionais cabines vermelhas de telefones públicos.

A medida pode trazer sérios prejuízos aos cidadãos que vivem em áreas com conectividade fraca. Visando minorar esses problemas, o governo britânico vem conduzindo pesquisas para viabilizar o uso da rede de água para instalação de cabos de fibra ótica que melhorariam ou viabilizariam o acesso à internet, pois 6% dos lares britânicos, ou cerca de 1,5 milhão de pessoas, não têm acesso à rede mundial de computadores.

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Note-se que há mais de vinte anos já se falava na utilização da rede elétrica de baixa tensão para conexão à internet, com o uso de uma tecnologia chamada PLC (Power Line Communications), que evitaria os custos decorrentes da instalação de cabos de fibra ótica. Apesar de usada em algumas situações muito específicas, essa tecnologia não foi um sucesso comercial.

São motivos de preocupações também os milhões de cidadãos mais velhos e vulneráveis ​​que não estão online ou não usam celulares; metade das pessoas com mais de 75 anos não está conectada à internet.

Órgãos de defesa do consumidor tem manifestado suas preocupações no sentido que a extinção dos telefones públicos pode gerar aumento de preços dos demais serviços, especialmente entre as camadas mais vulneráveis da população.

Também estão exigindo que sejam disponibilizados planos de telefonia celular contemplando apenas o uso de voz, como forma de manter o mesmo nível de serviços possibilitado pelas linhas fixas.

Outros pontos que precisam ser discutidos são a necessidade de substituição de celulares antigos e problemas que podem ser gerados quando faltar energia elétrica.

Mais uma vez fica claro que a transformação digital, apesar de muitos aspectos positivos, gera problemas que devem ser tratados com atenção.

Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

A opinião que consta no artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Folha e é de responsabilidade do autor.

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