Num ano de eleições presidenciais e disputas acirradas, os eleitores muito jovens, que podem ter título e votar a partir dos 16 anos, têm sido lembrados e estimulados a votar em campanhas dos partidos e do próprio TSE - Tribunal Superior Eleitoral. Há todo um interesse em despertar os jovens para a política, mas em uma década, o número de adolescentes entre 16 e 17 anos que solicitaram o primeiro título eleitoral caiu 82% no País, segundo dados do TSE.

Em 2012, 2.603.094 jovens nesta faixa etária solicitaram o documento, enquanto neste ano, até 21 de março, foram 466.227.

Neste fim de semana, a FOLHA traz uma matéria que mostra a situação eleitoral em Londrina e no estado.

No primeiro ano em que os jovens puderam votar, em 1989, 101.962 jovens nesta faixa etária foram às urnas no Estado para a eleição em que Fernando Collor acabou presidente. Em fevereiro de 2022, segundo dados do TSE, só 27.765 jovens entre 16 e 17 anos estavam aptos a votar no PR - isso representa uma queda superior a 72%, apesar do crescimento populacional registrado nos últimos 33 anos.

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Em nível nacional, um dos fatores que podem influenciar o descréscimo, segundo os analistas, não é apenas desinteresse dos jovens pela política, mas o fato da pirâmide etária estar se invertendo com a população ficando mais velha. Mas o desinteresse pela política também pesa. De acordo com algumas análises: de 1989 para cá a vontade de obter o primeiro título decresceu, se antes isso estava perto de 70% nesta faixa etária, hoje fica entre 30 e 40%.

Informações sobre como fazer o título de eleitor

No último dia 28 de março, segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Londrina tinha 1.851 eleitores nesta faixa etária (533 de 16 anos e 1.318 de 17). Uma queda de 25% registrada na década: em março de 2012, o número de votantes era de 2.469 (535 de 16 anos e 1.934 de 17).

A impressão é que um novo game desperta mais atenção do que o primeiro voto, e um dos motivos pode ser o envelhecimento das próprias propostas partidárias que, ano após ano, parecem ser as mesmas, com promessas, mas só promessas, de melhorias na educação, na saúde e outros segmentos importantes no espectro da cidadania.

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Entre 14 e 18 de março, a Semana do Jovem Eleitor terminou com 96.425 novos títulos para o público entre 16 e 18 anos. Para o TSE, a Semana foi considerada um sucesso, com a promoção inclusive de um tuitaço para chamar a atenção da moçada. Mas em números gerais, levando-se em consideração o descréscimo nos últimos dez anos, essa performance ainda carece de mais empenho por parte dos jovens eleitores.

Imagem ilustrativa da imagem Eleitores aos 16 anos: direito que esbarra num desgaste?
| Foto: istock

Até o dia 4 de maio é possível tirar o título eleitoral e esses números devem melhorar um pouco. Mas o sinal de alerta está ligado: é preciso mudar a forma de fazer política, talvez seja isso que não só os jovens eleitores mas também os velhos esperam.

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