O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se prepara para iniciar nesta quinta-feira (22) o julgamento que pode tornar inelegível até 2030 o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, e determinar os rumos políticos do Brasil pelos próximos anos.

Bolsonaro ficou em segundo lugar na corrida presidencial do ano passado, mas saiu com um capital político importante, principalmente considerando os 58 milhões de votos conquistados. Por isso, tem muita coisa em jogo a partir desta quinta-feira no Tribunal Eleitoral.

A corte vai julgar a Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) 0600814-85, que pede a inelegibilidade da chapa de Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto nas eleições de 2022. A Corte destinou três sessões para a análise do processo. Além da sessão desta quinta, o Tribunal poderá prosseguir com o julgamento nas sessões da próxima terça e quinta-feira (27 e 29) ou até julho, antes do recesso, dependendo do posicionamento da corte.

Na Aije, o PDT pede que o TSE declare inelegíveis Bolsonaro e Braga Netto por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, durante reunião do então presidente com embaixadores estrangeiros. Essa reunião aconteceu no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022, e foi transmitida ao vivo pela TV Brasil e pelas redes sociais YouTube, Instagram e Facebook.

Para o PDT, houve violação ao princípio da isonomia entre as eventuais candidaturas a presidente, configurando abuso do poder político o fato de a reunião ter ocorrido na residência oficial da Presidência da República e ter sido organizada por meio do aparato oficial do Palácio do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores.

Na reunião, o ex-presidente levantou suspeitas que não foram comprovadas sobre a segurança do processo eleitoral.

O ambiente social brasileiro ainda hoje polarizado promete que o julgamento, que será transmitido a partir das 9 horas no canal do TSE no Youtube, atrairá as atenções das diferentes correntes ideológicas. Se a Corte votar pela inelegibilidade, os olhos se voltam para o futuro do bolsonarismo e para a questão que os analistas políticos tentam responder nessa véspera de julgamento: o ex-presidente continuará influente ao ponto de decidir as eleições de 2024 como cabo eleitoral de primeira grandeza?

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