EDITORIAL: Decifrando as notas do Ideb
Os governos estaduais e municipais precisam ficar atentos para que a qualidade do ensino público não caia em estagnação
PUBLICAÇÃO
sábado, 17 de agosto de 2024
Os governos estaduais e municipais precisam ficar atentos para que a qualidade do ensino público não caia em estagnação
Adriana de Cunto
Embora alguns estados e municípios tenham apresentado crescimento nas notas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) referentes ao ano de 2023, de uma maneira geral, os resultados da prova acendem um sinal de alerta sobre a situação crítica do sistema educacional brasileiro. Isso porque, analisando os dados de uma maneira mais completa, olhando o país como um todo, verifica-se que o desempenho geral dos estudantes permanece preocupantemente baixo, especialmente nas áreas de matemática e língua portuguesa.
As informações mostram que os governos estaduais e municipais precisam ficar atentos para que a qualidade do ensino público não caia em estagnação, condição que poderia comprometer o futuro de milhões de jovens.
Os dados do Ideb, que é principal indicador de qualidade da educação, foram divulgados na quarta-feira (14) pelo MEC (Ministério da Educação). Eles mostraram uma leve melhora no desempenho dos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano) e ensino médio, e queda nos anos finais (do 6º ao 9º ano).
Para calcular o índice, um dos critérios é o resultado das provas do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que medem o desempenho dos estudantes em matemática e português. As notas de 2023 mostram que a média do país segue ainda em patamares muito baixos.
Os alunos do 3º ano do ensino médio das escolas públicas obtiveram uma média de 264,6 pontos em matemática e 270,2 em língua portuguesa, o que significa que estão no nível 2 de proficiência, em uma escala que vai de 1 a 8.
O nível 2 de proficiência aponta que os estudantes brasileiros que saem do ensino médio não aprenderam a fazer cálculos de porcentagem ou resolver problemas matemáticos usando operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão) com números naturais.
Ou seja, a classificação no nível 2 de uma escala que vai de 1 a 8 é gravíssimo, um retrato muito triste em que a educação básica não está se traduzindo em aprendizado significativo e que eles não estão saindo do ensino médio preparados para enfrentar os desafios do mundo moderno.
É muito importante que as políticas educacionais, desde os primeiros anos do ensino básico, sejam colocadas em uma visão de longo prazo, com metas claras e estratégias de monitoramento e ajuste contínuo. A educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
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