Sete de fevereiro, uma data importante para Londrina e região metropolitana. Para este dia, está agendada uma reunião entre lideranças locais e o ministro dos Transportes, Renan Filho. Será a oportunidade de discutir a inclusão do Contorno Leste de Londrina no Lote 3 do pedágio.

A comitiva espera uma declaração pública de que a obra está garantida. A mobilização regional pela obra ocorre porque será uma relevante intervenção para a região de Londrina. Com cerca de 23 quilômetros de extensão, vai da PR-445, na chegada de Curitiba, até a BR-369, na divisa entre Londrina e Ibiporã.

O que pode pesar a favor da obra nessa discussão é a duplicação da PR-445, que será concluída pelo governo do Estado, e o acordo feito para o Contorno de Arapongas, saindo das obrigações da futura concessionária.

Além de reivindicar a realização do Contorno Leste, as lideranças devem colocar em pauta a paralisação do ramal ferroviário entre Londrina e Ourinhos (SP). A concessionária Rumo desativou o trecho com a justificativa de falta de demanda comercial.

As atividades foram interrompidas no último dia 16. Conforme um especialista ouvido pela FOLHA, a paralisação pode fazer com que empresas estabelecidas ao longo do trajeto migrem para outras regiões, assim como pode levar ao aumento no preço de produtos, já que o transporte rodoviário é mais caro e poluente do que o ferroviário. Com cerca de um século de história, a ferrovia São Paulo-Paraná é um canal de transporte de cargas como combustíveis, fertilizantes e grãos dos mais diversos tipos.

A região de Londrina conhece bem as consequências da falta de infraestrutura de qualidade em transporte devido anos em que sofreu pagando alto custo de pedágio por serviços que ficavam aquém do satisfatório. Ainda é fresco na memória dos usuários os preços altíssimos das tarifas aplicadas, por exemplo, na praça de Jataizinho, na BR-369, que foi, por muito tempo, a mais cara do Paraná, sendo a maior parte do trajeto em pista simples.

A falta de infraestrutura de transporte de qualidade pode resultar em diversas perdas econômicas e em acidentes graves. Quando falamos em consequências financeiras, importante ressaltar a dificuldade do acesso das empresas aos mercados locais, regionais e globais, fato que pode limitar a capacidade delas expandirem os seus negócios e competir efetivamente.

Cidades com infraestrutura de transporte de qualidade são mais atrativas para investidores. Um sistema eficiente facilita o deslocamento diário dos trabalhadores, melhorando as condições de trabalho e aumentando a produtividade.

É legítima a preocupação das lideranças londrinenses em incluir o Contorno Leste entre as prioridades da área de infraestrutura. E o momento é oportuno para reivindicá-la junto ao Ministério do Transporte, pois as autoridades estão justamente estabelecendo os parâmetros para as novas concessões de pedágio e debatendo soluções para um modal rodoviário moderno, eficiente e duradouro.

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