Apoiar o ecossistema de inovação, incentivando a criação de novos ambientes de inovação, tem sido o discurso dos governadores do Paraná no decorrer dos últimos anos. Sabe-se que a estruturação desse ambiente ajudará no desenvolvimento de empresas inovadoras que agregam valor e importância às regiões onde elas estão situadas.

Para se ter uma ideia da importância do setor, basta verificar o estudo Startups Paranaenses 2020/2021, lançado pelo Sebrae/PR em fevereiro deste ano. O mapeamento mostra que, apesar da pandemia do novo coronavírus, o ecossistema de inovação paranaense conseguiu crescer em 2020.

O Paraná aumentou em 39% seu número de startups com relação ao estudo anterior, de 1.032 para 1.434.

A maioria das startups paranaenses está na área do agronegócio, as chamadas agrotechs. Na sequência, figuram as healthtechs, ou as voltadas para o setor da saúde, seguidas por empresas de TI.

A pesquisa do Sebrea mostrou ainda que apesar da concentração de um terço das empresas paranaenses na Região Metropolitana de Curitiba, o movimento ganha espaço no interior do estado e a região de Londrina está em segundo lugar no ranking. No momento em que o estudo foi realizado, eram 444 empresas na região de Curitiba e 275 na região de Londrina.

É por conta desse cenário que chama a atenção (de forma negativa) a decisão do governo do Paraná de retirar de pauta o Projeto de Lei 289/2021, em tramitação na Assembleia Legislativa do Paraná. A matéria pretende estender a abrangência da Lei Zucchi para os municípios de Londrina, Cornélio Procópio, Guarapuava e Campo Mourão, concedendo benefícios de ICMS a empresas de tecnologia.

O desapontamento do setor produtivo de Londrina com a retirada de pauta do projeto é tão grande que as entidades da sociedade civil organizada vêm se manifestando publicamente com notas de desagravo pela decisão do governador Ratinho Junior.

A reivindicação é antiga e a ampliação da Lei Zucchi, que já beneficia Foz do Iguaçu, Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, para municípios que possuem campos da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) é medida legítima e coerente na tentativa de igualar os municípios que concederão benefícios de ICMS a empresas de tecnologia.

A retirada de pauta do Projeto de Lei 289/2021 é decepcionante e enfraquece o polo tecnológico do Norte do Paraná. A Folha de Londrina se junta às entidades civis da região para manifestar o descontentamento com a decisão do governado do Estado e solicitar que o projeto volte à pauta e seja aprovado o mais rápido possível.

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