Manter a sociedade segura envolve muito mais fatores do que o policiamento ostensivo, e a rápida resolução dos crimes é um desses quesitos. É importante solucioná-los o mais rápido possível porque a sensação de impunidade leva os criminosos a se sentirem confortáveis para continuar praticando delitos dos mais variados tipos.

Assassinatos e assaltos cinematográficos em alta incidência são apenas exemplos de como seria importante que as autoridades da área de segurança elucidassem prontamente as ocorrências. Só que para que isso ocorra é necessária a chegada imediata de equipes especializadas nas cenas do crime, já que sempre os bandidos deixam pistas para a investigação. Infelizmente, o Brasil carece de preocupação em desenvolver inteligência para a área de resolução de delitos.

Em vários Estados brasileiros há notícias de falta de peritos criminais e o Paraná é um deles. Segundo o Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Estado, de 2014 para cá há mais de 55 mil exames ainda sem designação, ou seja, sem um perito atribuído ao caso para realização do exame. Em 2021, por sua vez, a Polícia Científica recebeu 113.883 solicitações de exames periciais, tendo concluído 90.820, ficando pendentes 23.063 exames. Perícias paradas significam que investigações estão deixando de ser concluídas e que processos criminais estão aguardando informações importantes que poderiam ajudar a resolver crimes.

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Ainda segundo o sindicato, somente um terço do quadro está atualmente preenchido. Conforme a entidade, existem somente 121 médicos legistas e 234 peritos criminais para atender todas as demandas do Estado. A defasagem dessas duas categorias chega a 58% e 65%, respectivamente.

O governo do Estado tem feito um esforço para recuperar o tempo perdido, mas o caminho é longo. No último ano, o Estado entregou oito novas unidades do Instituto de Criminalística e hoje o Paraná conta com 18 unidades. É um avanço considerável. Uma perícia criminal bem estruturada é importante arma de redução da criminalidade e da impunidade.

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