EDITORIAL - Epidemia de desinformação
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 07 de dezembro de 2021
Folha de Londrina
O cenário atual da pandemia da Covid-19 é muito mais confortável do que aquele que o país registrava no segundo trimestre deste ano. Com a redução no número de casos da doença e das mortes provocadas pelo vírus, a principal preocupação das autoridades sanitárias é com a nova variante da doença, a Ômicron.

A descoberta do novo coronavírus, há dois anos, na China, mostrou que leva-se um tempo considerável para que os cientistas possam mapear o potencial de agressividade de um novo vírus. À época, os alertas da comunidade científica foram solenemente ignorados por uma parcela da população, que aturdida pelas correntes de fake news, deixaram-se levar por receitas inócuas ou até mesmo por prescrição de medicamentos que oferecem risco à saúde.
Aos poucos, as poções mágicas de curandeirismo foram perdendo força e ficou claro que a grande responsável pela queda na curva da pandemia é a vacina. Recentemente, até mesmo a Prevent Senior, seguro de saúde investigado pela CPI da Covid no Senado, admitiu a ineficácia de seu ‘Kit Covid’, que abrangia entre outros a cloroquina e a ivermectina.
Leia também: A desinformação mata
A taxa de pessoas imunizadas no Brasil é satisfatória, acima até mesmo daquelas registradas em países desenvolvidos. Parte disso é reflexo da cultura da vacinação no país, com campanhas bem sucedidas no passado. Porém, ainda há parte da sociedade que refuta a ideia de proteger com as vacinas previstas no Plano Nacional de Imunização.
Reportagem desta edição da FOLHA mostra que o município de Sertanópolis está prestes a devolver doses de vacinas à Regional de Saúde por falta de interessados. A Secretaria Municipal de Saúde culpa as fake news pela baixa adesão. São, na maioria, idosos, que não retornaram para tomar a segunda dose, ou a dose de reforço com medo de efeitos colaterais inexistentes.
A Secretaria de Saúde de Cambé também relata baixa procura nos postos de saúde, porém o perfil é de um público mais jovem, tradicionalmente mais difícil de ser acessado pelas campanhas de saúde em geral. Neste caso, a juventude cria uma falsa sensação de não vulnerabilidade, relatam os especialistas em saúde.
A conscientização nas medidas de distanciamento, higiene e, sobretudo a vacina, mostraram que é possível vencer a Covid. No entanto, o retorno da desinformação que mata é inconcebível. Faça sua parte ao evitar repassar uma informação mentirosa. Isso pode salvar muitas vidas.
Obrigado por ler a FOLHA!
Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1

