A desinformação já está sendo considerada como o mal do século 21 e os motivos para tal classificação não é novidade. As fake news, ou notícias falsas, interferem na democracia quando manipulam resultados eleitorais, e também podem matar, como a pandemia vem comprovando.

No caso da Covid-19, a divulgação de mentiras disfarçadas de notícias atrapalha muito a saúde pública espalhando desinformação sobre a eficácia das vacinas e pregando o uso de medicamentos sem eficácia comprovada pela ciência.

Ainda em 2020, a OMS (Organização Mundial de Saúde) alertava para a ocorrência de uma "infodemia", que se ampliava via redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas. O termo infodemia se aplica a um grande aumento de informações associadas a um tema específico, sendo um campo fértil para desinformação, manipulação de informações e fake news.

É nessa gama enorme de informação conflitantes que as pessoas têm dificuldades de encontrar aquelas que são verdadeiras e, por isso, a importância de procurarem fontes sérias de informação, como os veículos de imprensa e os sites oficiais de instituições reconhecidamente sérias.

Nas últimas semanas, instituições de comprovado saber estão vindo a público se manifestar em favor das vacinas e contra as fake news. Recentemente, o Instituto Butantan declarou que é falsa a informação de que as vacinas contra Covid-19 contêm ímãs e podem gerar magnetismo após a aplicação, conforme alegam vídeos mentirosos que circulam nas redes sociais.

Também é falso que o imunizante pode modificar o DNA dos seres humanos ou que contém em sua composição células de fetos abortados. Elas também não fazem parte de uma conspiração de grandes conglomerados de empresas de tecnologia para implantar microchips em seres humanos.

Em Londrina, no último fim de semana, pessoas mal intencionadas aproveitaram um cartaz fixado em uma das paredes do HU (Hospital Universitário) para desinformar sobre a eficácia das vacinas contra o coronavírus.

O cartaz, que fazia parte de uma campanha interna do hospital, dizia que no último mês de maio 53 servidores imunizados com a primeira ou segunda dose da vacina contra o novo coronavírus foram infectados pela Covid-19. Os contaminados, a maioria profissionais de saúde, haviam recebido tanto o imunizante da AstraZeneca quanto da Coronavac.

As postagens questionando a eficácia das vacinas motivaram esclarecimento por parte da CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) da instituição. A médica infectologista e coordenadora da comissão, Cláudia Maria Dantas de Maio Carrilho, explicou que a foto veiculada nas redes sociais mostrava apenas a primeira página do cartaz, com o levantamento dos infectados, sem mostrar a segunda página, que falava sobre os cuidados preventivos contra a Covid-19.

A proposta da campanha era justamente alertar que não é porque a pessoa vacinou que pode relaxar as medidas de prevenção e explicar que esses casos de Covid-19 registrados em maio entre os servidores do hospital foram leves, sem necessidade de internamento e sem óbito.

A vacinação contra a Covid-19 é realidade em muitos países, assim como acontece no Brasil. É importante que a tão esperada vacina não encontre justamente na desinformação um argumento de resistência, impedindo o País de imunizar a população e conter o avanço da pandemia.

A FOLHA deseja saúde a seus leitores!