As sirenes voltaram a soar na tarde desta quinta-feira (17) em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, em um novo alerta da Defesa Civil de mobilização para evacuação de áreas de risco. As autoridades pediam que as pessoas que não tivessem a opção de abrigo seguro em casa de amigos ou familiares deveriam procurar pontos de apoio da prefeitura espalhados pelo município.

Novamente choveu forte pela bela e antiga cidade imperial do Brasil, testemunha de parte da história do país. Mais uma vez destruída por enchentes e deslizamentos de terra, Petrópolis conta, desde terça-feira (15), seus mortos: 110 até o final da tarde desta quinta-feira (17).

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Cento e quarenta e oito deslizamentos de terra foram contabilizados pelas autoridades e alguns deles, captados em vídeo, mostraram cenas de terror e foram compartilhados pelo mundo afora.

A Região Serrana do Rio de Janeiro "está acostumada" a ser castigada pela chuva. Em 2011, as tempestades causaram enchentes e deslizamentos de terra em Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis, matando mais de 900 pessoas. Porém, especialistas declararam que as chuvas da última terça-feira foram mais intensas do que aquelas de 2011.

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Ainda segundo os especialistas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, há pelo menos 90 anos a Região Serrana do Rio de Janeiro não via uma chuva tão volumosa em 24 horas como a que foi registrada nesta semana, com um acumulado de 259 mm. O recorde anterior era de 168,2 mm, em 20 de agosto de 1932.

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Como acontece em tragédias assim, é comum que as autoridades cheguem de helicóptero, façam um sobrevoo sobre o local da destruição, acenem com algum socorro imediato e depois desapareçam até que a catástrofe se repita. Quantas das casas prometidas à população que perdeu tudo em 2011 foram realmente construídas?

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Despreparo do país no enfrentamento de chuvas
| Foto: Florian PLAUCHEUR / AFP

Agora há um agravante que não existia em 1932 e nem preocupava tanto em 2011: o aquecimento global. Cientistas vêm alertando que eventos climáticos extremos, como o que acabou de acontecer em Petrópolis, não podem mais ser considerados pontos fora da curva. Esses fenômenos são realidade, estão recorrentes e as cidades precisam estar minimante preparadas.

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FOTO: Florian PLAUCHEUR / AFP

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