A democracia e a transparência caminham juntas e não é à toa que a partir da redemocratização do Brasil, com o fim da ditadura militar, mecanismos de transparência foram se fortalecendo na administração pública.

Esses mecanismos garantem ao cidadão acesso às informações, propostas e decisões do seus governos em qualquer âmbito, seja municipal, estadual e federal.

Na dificuldade do cidadão transitar pelos caminhos oficiais da administração pública, é trabalho da imprensa ajudar a fiscalizar, como a Folha de Londrina e outros veículos de comunicação vêm fazendo ao longo dos últimos anos, por meio da Lei de Acesso à Informação.

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A palavra transparência vem do Latim transparentia, relacionada ao verbo transparecer, que significa mostrar a luz através, deixar a luz atravessar. Assim, dar clareza aos fatos é dever do poder público e ser informado é direito do cidadão.

Ser transparente, no caso dos governos municipais, estaduais e federais, é oferecer o máximo possível de informações à sociedade, até mesmo se antecipando às demandas que vêm da comunidade. É por isso as administrações públicas e empresas privadas publicam nos jornais seus balanços, editais e outras publicações oficiais. É uma exigência da legislação e também respeito aos brasileiros. A transparência implica em oferecer o acesso pleno à informação.

Nos últimos dias, o caso da presença do filho do presidente da República e vereador da cidade do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, à comitiva brasileira que visitou a Rússia em fevereiro causou polêmica. Provocado por um pedido de informação do STF (Supremo Tribunal Federal), o Palácio do Planalto disse que não houve gastos do governo federal com a ida do vereador à Rússia no mês passado.

Não foi indicado, porém, como as despesas de transporte, hospedagem e consumo do vereador carioca foram custeadas. A viagem ocorreu entre os dias 14 e 17 de fevereiro. Além de eventuais despesas e diárias, o ministro do STF Alexandre de Moraes solicitou dados sobre a agenda de Carlos, mas ela não foi detalhada. Houve indicação apenas dos compromissos do presidente Jair Bolsonaro.

O governo justificou que a agenda oficial e a escalação da comitiva presidencial nos atos de representação internacional do país “se revestem de característica política, diferindo-se do ato administrativo ordinário em razão de seu cunho exclusivamente discricionário”.

A solicitação das informações por parte de Alexandre de Moraes se deu no âmbito do inquérito sobre a atuação de uma milícia digital voltada a ataques contra a democracia.

No exercício de um cargo público, o político deve estar preparado para ser questionado sobre gastos e agenda. O melhor seria ele antecipar e tornar públicas as informações básicas antes mesmo de qualquer viagem, por exemplo. É o velho ditado dizendo "o que é combinado não é caro".

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