O Brasil conta atualmente com cerca de 160 milhões de vacinas anti-Covid-19 aplicadas, somando as primeiras doses, as duas doses e as doses únicas em todos os estados.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Covid: o risco na contramão do alívio
| Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

Em muitos municípios, como Londrina, a sensação é de que a vida quase volta ao normal, com comércio funcionando, bares, cinemas e restaurantes abertos e as escolas de volta às aulas, ainda que no sistema híbrido.

Para os prevenidos, no entanto, não é hora de baixar a guarda. Embora a média móvel de mortes no país tenha caído, ficando em menos de mil nos últimos 13 dias, os cuidados devem ser mantidos porque enquanto alguns riscos se afastam outros se aproximam.

Para um país que tem cerca de 566 mil mortos pela Covid, que já atingiu famílias e determinou perdas sentidas por todo país, como a de Tarcísio Meira, esta semana, a notícia de que novas variantes do vírus têm avançado não deve ser ignorada.

Na sexta-feira (13) foi confirmado o primeiro caso no Paraná de contaminação pela variante Lambda (C.37) originária do Peru. A variante foi encontrada numa mulher de Londrina após sequenciamento genômico feito pelo Laboratório Central do Estado. A mulher, sem comorbidades e que não havia sido vacinada, coletou exames em 9 de julho, não foi internada e teve sintomas leves.

A variante Lambda não é considerada uma das mais contagiosas, no entanto, mais dois casos de contaminação pela variante delta também foram confirmados no Paraná nesta sexta: um em Londrina e outro em Cascavel, no oeste do estado. A variante delta é considerada uma das mais letais, além disso estudos indicam que a eficácia da primeira dose cai cerca de 19% com relação a essa variante.

O estado do RJ é apontado como o epicentro da variante delta no Brasil, segundo pesquisas desta semana, 45% dos pacientes do estado foram contaminados pela delta. Um número alto, para uma cepa muito preocupante. Mais um motivo para que os brasileiros, de norte a sul, não baixem a guarda em relação a uma doença que desconhece fronteiras.

Além da variante delta, cientistas do Genov - um dos maiores centros de pesquisa genômica da América Latina - descobriram que a variante gama do coronavírus (Sars-CoV-2) - que surgiu em Manaus e antes era denominada P1— desenvolveu uma versão "turbinada" mais transmissível.

Chamada de gama-plus, ela conta com uma alteração genética que determina a velocidade com que o vírus penetra em nossas células. Uma característica que a variante delta também carrega. A descoberta foi feita após os cientistas analisarem 502 amostras colhidas em maio entre os brasileiros. Nelas, foram encontradas mutações bem diferentes das conhecidas.

As alterações foram encontradas em cinco amostras de Goiás; em duas do Tocantins; uma de Mato Grosso, uma do Ceará, uma do Rio de Janeiro, uma de Santa Catarina e uma do Paraná, o que acende o alerta também para nosso estado.

Na verdade, já existem outras variedades de gama circulando por aí, mas a chamada gama-plus apresenta um risco maior de contágio, ela se liga com muito mais facilidade à proteína humana.

Com um nível de transmissão considerado muito alto e ainda necessitando de mais vacinas, o Brasil não pode relaxar diante dos riscos. Não adianta criar a ilusão de que está tudo bem. A normalidade, depois da Covid-19, depende de outros parâmetros. O isolamento social ainda deve ser uma regra quando não não há necessidade de sair de casa. A aglomeração ainda propicia, e muito, o perigo de contágio.

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