Em um país com baixos indicadores de leitura, é um alento a notícia de que o governo federal criou uma secretaria voltada para esse hábito tão importante na construção de uma sociedade instruída, civilizada e plural.

Tanto que democratizar o livro é uma das premissas que guiarão a gestão do novo secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano Piúba. Em uma de suas primeiras entrevistas como titular da secretaria, ele lembrou o conceito de Antonio Candido de literatura como direito humano.

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É um alento também constatar que apesar do que o senso comum indica - de que as redes sociais estariam afastando as crianças e jovens das bibliotecas e livrarias - há muita gente de pouca idade contrariando essa "convenção coletiva catastrófica".

Os números desse mercado comprovam que o segmento vai bem. Segundo o 11º Painel do Varejo de Livros no Brasil em 2022, pesquisa realizada pela Nielsen Book do Brasil e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostra que no acumulado de janeiro a novembro foram vendidos 47,65 milhões de livros em 2022, com uma arrecadação de R$ 2,06 bilhões. Esses valores foram superiores em relação ao ano anterior em 4,06% e 8,59%, respectivamente. Em 2021, o mercado editorial já havia anunciado uma performance melhor que a do ano inteiro de 2020.

Em reportagem na edição deste fim de semana, a FOLHA mostra jovens que cultivaram o hábito da leitura e não abrem mão da satisfação de folhear o livro impresso. Alguns motivados pelos pais, outros pelos avós, tios ou professores.

Uma herança importante que se deixa para as novas gerações. O hábito de ler, não apenas livros, mas também jornais e revistas, abre uma janela para o mundo e se constitui em uma ferramenta de autoconhecimento, de descobrimento, amadurecimento pessoal, aprimoramento profissional e, claro, uma excelente forma de lazer.

Mas é preciso destacar que apesar dos exemplos positivos que vemos na reportagem da FOLHA, ainda há muito o que se avançar no Brasil e a melhora do hábito de leitura de livros e jornais ainda passa por políticas de incentivo. Faltam campanhas e subsídios públicos que ajudem no desenvolvimento desses setores.

Empresários, lideranças e governantes acertam quando investem no incentivo à leitura como forma de ampliar o acesso ao conhecimento.

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