O atraso na conclusão de obras públicas, fenômeno que já ganha ares de normalidade no país, reflete diretamente em aumento de custos, além de descontentamento e desconfiança por parte da população. Em Londrina, alguns casos pontuais chamam atenção, como a reforma do Bosque Central e a alça do viaduto da Dez de Dezembro com a rua Bolívia, ambos retratados em reportagens nesta edição da FOLHA.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Atrasos em obras públicas
| Foto: Gustavo Carneiro

As duas obras, porém, apesar dos prazos extras, se encaminham para o término. Desta mesma forma ocorreu com a sede da Secretaria Municipal de Educação que, após muitos aditivos, foi inaugurada recentemente no prédio em que funcionava o antigo Mercado Quebec.

Entrega do Bosque é adiada pela quinta vez

Outras obras ainda seguem emperradas. Um exemplo é a UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila Brasil. Pacientes do bairro, um dos mais tradicionais da cidade, têm que se dirigir à UBS Central, a cerca de 2 quilômetros, para serem atendidos. A sobrecarga de pacientes na UBS Central, que inevitavelmente precariza o serviço, é um exemplo de efeito direto e nocivo que afeta em cheio o contribuinte.

Quando o atraso começa a fugir do controle, aí aumenta a margem para o pior dos problemas: o abandono da obra. Em Londrina, um dos exemplos mais emblemáticos é o esqueleto do que viria a ser o Teatro Municipal, na zona leste, este com investimento do governo federal. Há sete anos, a estrutura de concreto armado expõe a triste face do desperdício de recursos públicos.

No âmbito estadual, a lista não para por aí. Somam-se a este rol as obras que deveriam ter sido realizadas pelas concessionárias do Anel de Integração do Paraná, mas que depois de 24 anos ainda estão inconclusas ou sequer saíram do papel. Segundo levantamento do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), são 28 obras nesta situação.

Algumas das concessionárias do pedágio se comprometeram a concluir as intervenções mesmo após o término dos contratos, que ocorre no final deste mês. O fato é que, após mais de duas décadas, os paranaenses ainda contam com infraestrutura acanhada, mesmo tendo pago tarifas consideráveis durante todo este tempo.

É claro que o imponderável deve ser levado em conta, situações em que o atraso pode ser explicado. Porém, seja na reforma de uma praça, na construção de postos de saúde ou de soluções de infraestrutura de grande porte, é de suma importância que os mecanismos de fiscalização funcionem. E, em caso de descumprimento dos prazos sem uma justificativa plausível, há que se aplicar as penalidades cabíveis.

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