O setor da construção civil continua rendendo boas notícias. Se na semana passada a FOLHA trouxe, em sua edição de fim de semana, o resultado de duas pesquisas apontando que apesar das dificuldades dos dois últimos anos de pandemia, o segmento mostrou que é um dos mais importantes motores da retomada do crescimento. Entre os números destacados na semana passada estão os valores recordes para o VGV (Valor Geral de Vendas) no ano passado, que chegou a quase R$ 2 bilhões.

Nesta semana, os destaques da reportagem são os empregos gerados no segmento e também os lançamentos de novos empreendimentos. Ressaltando que pela primeira vez desde que o Plano Real foi implementado no Brasil, em julho de 1994, a construção civil registrou crescimento por sete trimestres consecutivos. Há 21 meses o setor se mantém em expansão.

De julho de 2020 a abril deste ano, foram gerados 500 mil postos formais de trabalho. Somente no último mês de abril, foram 25.341 novas vagas com carteira assinada no país, conforme o Caged (Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Mais de 40% de toda essa mão de obra foi absorvida pelo segmento de construção de edifícios, gerando um impacto direto no mercado imobiliário.

A Região Sul se destaca nesse cenário promissor. Juntos, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul representam 18,76% da construção nacional, atrás apenas da Região Sudeste, que detém a maior fatia. O levantamento foi feito pela Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo a economista da entidade, Ieda Vasconcelos, o nível de atividade da construção na Região Sul em abril deste ano foi o maior para o mês desde 2010. Os dados fazem parte da Sondagem da Construção Civil realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Em entrevista à FOLHA, Vasconcelos lembrou que a Região Sul também acompanhou a alta no nível de empregabilidade no setor e foi responsável por 16,48% dos mais de 25 mil trabalhadores contratados no Brasil em abril. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão entre os dez maiores geradores de novos empregos na construção no primeiro quadrimestre deste ano.

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"É importante ressaltar que, pelo segundo ano consecutivo, a construção civil no país vai crescer acima da economia nacional. No ano passado, a economia brasileira cresceu 4,1% e a construção civil, 9,7%. Neste ano, a economia não vai crescer mais do que 1,5%, em um cenário otimista. Isso não acontecia no setor desde 2013", afirmou Vasconcelos.

Em relação aos lançamentos, no primeiro trimestre de 2022, 18% do total de lançamentos imobiliários foram na Região Sul, que também contabilizou mais de 20% das vendas nacionais.

Se por um lado a situação econômica do país clama por soluções urgentes, por outro é um alento saber que a construção civil, que serve de termômetro para tantos outros segmentos, está saindo da pandemia bem e respirando sem dificuldades.

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