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Putin cita 'efeitos colossais' de sanções e diz que Rússia não pode ser isolada

Presidente afirmou que o país deve priorizar o desenvolvimento de tecnologia própria e o apoio a empresas de rápido crescimento

ATUALIZAÇÃO
18 de julho de 2022

Folhapress
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São Paulo – O presidente Vladimir Putin deu nesta segunda (18) uma rara declaração em que reconhece os efeitos das sanções do Ocidente contra a Rússia. "Tendo consciência das dificuldades colossais que enfrentamos, buscaremos novas soluções de maneira inteligente", disse o líder a um conselho de desenvolvimento estratégico.  

Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP 

As declarações de Putin vêm em meio a discussões da UE sobre novo pacote de sanções contra Moscou
 

 Ele afirmou que o país deve priorizar o desenvolvimento de tecnologia própria e o apoio a empresas de rápido crescimento, mas acrescentou que isso não implicaria no isolamento russo do resto do mundo. "No mundo atual, não é possível separar tudo com um compasso e erguer um muro", disse. "Simplesmente não é possível." 

 As declarações de Putin vêm em meio a discussões da UE (União Europeia) sobre acatar recomendação do Executivo do bloco e aplicar o sétimo pacote de sanções contra Moscou. Desta vez, a medida visaria a proibição de importação do ouro russo, entre outras coisas. 

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 O chefe da diplomacia do bloco, o espanhol Josep Borell, defendeu na sexta (16) que o mecanismo seria crucial para combater a Guerra da Ucrânia. Ele disse que, desde o início da invasão militar, mais de 1.200 pessoas e 100 organizações russas foram sancionadas pela UE. 

 "As sanções atingiram substancialmente a economia russa, privando o país do acesso aos mercados financeiros e a produtos de tecnologia avançada, prejudicando a indústria petrolífera, as companhias aéreas, as indústrias militar e automotiva", afirmou Borell em um comunicado. 

 Essa é justamente a percepção que Putin diz querer combater. "Está evidente que isso representa uma grande mudança para o nosso país, mas não vamos desistir e mergulhar na desordem ou, como alguns preveem, retroceder décadas", afirmou o russo a membros do governo.  

 Dmitri Peskov, assessor do Kremlin, ecoou a leitura de Putin durante entrevista a uma emissora de TV do Irã - o presidente russo deve viajar a Teerã nesta semana, naquela que seria sua segunda viagem ao exterior desde que iniciou a invasão do país vizinho. 

 "Talvez seja esse o preço que tanto a Rússia quanto o Irã têm de pagar por sua independência e soberania", afirmou Peskov. "O que não te mata te fortalece", seguiu, referindo-se às sanções do Ocidente, que chamou de medidas ilegais perante o direito internacional. 

 Enquanto Moscou viu as restrições se intensificarem na guerra, o Irã é alvo de sanções internacionais devido a seu programa de desenvolvimento de armas nucleares. O país tenta amenizar as restrições por meio da possível retomada do acordo nuclear de 2015, cujas cláusulas foram reiteradamente desrespeitadas.  

 MÍSSEIS DE LONGO ALCANCE 

 No front da guerra, o ministro da Defesa russo, Seguei Choigu, ordenou a forças pró-Rússia que priorizem a destruição de mísseis de longo alcance e armas de artilharia da Ucrânia. 

 Ele afirmou que os equipamentos - muitos doados por países do Ocidente - estariam sendo usados para bombardear áreas civis no Donbass, o leste russófono do território ucraniano, e incendiar campos de trigo e silos de armazenamento de grãos. 

 Na cidade de Toretsk, na província de Donetsk, ao menos seis pessoas morreram durante um bombardeio russo, anunciou o Serviço Estatal Ucraniano para Situações de Emergência. 

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