Lisboa - Último grande evento da JMJ (Jornada Mundial da Juventude) em Lisboa, a missa celebrada pelo papa Francisco reuniu 1,5 milhão de pessoas na manhã deste domingo (6), de acordo com a Santa Sé.

Boa parte do público já havia participado da vigília na noite anterior, também comandada pelo pontífice, e pernoitou no local: um parque à beira do rio Tejo, com área equivalente à de 100 campos de futebol.

A celebração de despedida teve ainda o anúncio da próxima cidade a sediar a JMJ. Seul, na Coreia do Sul, receberá o evento, considerado o maior encontro internacional da Igreja Católica, em 2027.

"Desde a fronteira ocidental da Europa, [a JMJ] vai deslocar-se para o extremo Oriente, em 2027, bonito sinal da universalidade da Igreja", disse Francisco, em Portugal.

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Segundo especialistas, a escolha da capital coreana mostra um desejo do Vaticano de se expandir de maneira mais consistente na Ásia. Será a segunda vez que o continente recebe a JMJ, que em 1995 foi realizada em Manila, nas Filipinas.

A missa final em Lisboa foi celebrada pelo papa Francisco em português, mas o discurso da homilia foi feito em espanhol. Em sua fala, o pontífice defendeu a necessidade de amar o próximo.

"Amar o próximo como é, não apenas quando está em sintonia conosco, mas também quando nos é antipático e apresenta aspectos de que não gostamos", afirmou.

Francisco também pediu várias vezes que os jovens tenham coragem diante dos desafios da vida. "A vós, jovens, que cultivais sonhos grandes, mas frequentemente ofuscados pelo medo de não os ver realizados; a vós, jovens, que às vezes pensais que não ides conseguir; a vós, jovens, tentados neste tempo a desanimar, a julgar-vos inadequados ou a esconder a vossa dor disfarçando-a com um sorriso; Jesus diz: Não tenhais medo", afirmou.

Antes de terminar a celebração, o pontífice, que em seu primeiro dia em Portugal já havia criticado a falta de esforços da Europa para encerrar a Guerra da Ucrânia, repetiu o apelo pela paz.

"Amigos, permiti a mim, idoso, partilhar convosco, jovens, um sonho que trago cá dentro. O sonho da paz, o sonho de jovens que rezam pela paz, vivem em paz e constroem um futuro de paz." O argentino manifestou "dor e tristeza pela querida Ucrânia, que continua a sofrer".

Com dificuldades para caminhar, o papa de 86 anos usou uma cadeira de rodas nos momentos em que precisou se locomover pelo palco.

Além dos peregrinos vindos de todo o mundo - esta edição da JMJ bateu o recorde de nacionalidades, com representantes de todos os países, com exceção das Maldivas -, a missa contou ainda com um grande contingente de membros do clero: cerca de 10 mil sacerdotes, 700 bispos e 30 cardeais.