A Polícia Civil de Londrina colheu, na manhã deste sábado (13), o depoimento do marido de Ana Cláudia Gil Mendes, vítima de um acidente de trânsito na esquina das ruas Quintino Bocaiúva e Belo Horizonte no dia 28 de setembro. Alex Santos de Oliveira conduzia a motocicleta atingida pelo veículo que avançou a preferencial, causando uma grave queda. Embora a Polícia Civil já tenha indiciado o condutor do veículo, João Rubens Rodrigues Coloniezi, por lesão corporal culposa e embriaguez ao volante, o Ministério Público do Paraná determinou que outras testemunhas fossem ouvidas e o viúvo da vítima ainda não havia se apresentado à Polícia. Conforme apurou a reportagem, outras testemunhas deverão ser chamadas para depor na semana que vem.

Imagem ilustrativa da imagem Viúvo de Ana Cláudia Gil Mendes presta depoimento à Polícia Civil
| Foto: Vitor Struck/Grupo FOLHA

Oliveira chegou à Central de Flagrantes por volta das 10h e conversou com a polícia por cerca de 25 minutos. "Vim falar o que aconteceu. Melhor eu estaria se minha esposa estivesse ao meu lado, mas a gente tá tentando levar a vida. Graças a Deus está dando tudo certo e esperamos que esse caso possa ser concluído com que ele pague o que ele fez e não venha a fazer isso com mais ninguém", disse em relação ao jovem, que também agrediu o cinegrafista de uma equipe de reportagem que cobria o acidente, José Rodrigo Marques. Após ter tentado proteger o equipamento, o profissional de imprensa sofreu uma lesão no ombro, precisou passar por uma cirurgia e ainda está afastado do trabalho.

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Durante o depoimento, o viúvo de Ana Cláudia foi acompanhado pelo advogado Hélio Venâncio. Para ele, não há dúvidas de que o motorista assumiu os riscos de causar um acidente grave ao ter consumido bebidas alcoólicas. Embora tenha afirmado ao delegado de plantão ter bebido "seis horas antes do acidente", Coloniezi não realizou o teste do bafômetro. Ele ficou dois dias preso e saiu sem pagar fiança.

"Passado esse tempo, tanto a polícia se deu conta de que seria importantíssimo o depoimento dele agora e ficou totalmente esclarecido o caso. De modo que não tem nenhuma dúvida de que, quando da conclusão do processo, da remessa para o Ministério Público, vai haver denúncia sim e por homicídio doloso de trânsito", disse o advogado.

Ana Cláudia Gil Mendes trabalhava em uma loja e voltava do expediente no momento do acidente. Ela estava cursando Ciências Contábeis e, embora fosse a mais nova dentre cinco filhos, era um "porto seguro" para a família, contou a irmã à época do seu enterro, no final de outubro. Ela e o marido haviam acabado de dar entrada em um apartamento e tinham planos para o filho Artur, que completou um ano enquanto ainda ela ainda estava internada em um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Entretanto, ela também era mãe de uma menina, fruto de um primeiro relacionamento.

Já o motorista, João Rubens Rodrigues Coloniezi é filho do ex-prefeito de Ibiporã (RML), João Coloniezi (MDB) e da ex-secretária de Educação do município, Margareth Coloniezi.

“Hoje nós ouvimos o Alex, que é marido da vítima que faleceu e agora estamos, nesta próxima semana, iremos ouvir algumas testemunhas porque no local havia outras pessoas que presenciaram os fatos. Então, ouvindo estas possíveis testemunhas que estamos localizando, o trabalho da Polícia Judiciária já estará concluído”, explicou o delegado.

Procurada, a defesa de Coloniezi preferiu não comentar. Entretanto, o advogado Alfeu Brassaroto Júnior, que acompanha o motorista João Rubens Rodrigues Coloniezi na esfera criminal, reiterou que o jovem e sua família estão muito abalados por conta do acidente, que ocorreu em um cruzamento "perigoso, onde muitos outros acidentes já teriam sido registrados", comentou.

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