O Distrito Federal e Santa Catarina flexibilizaram uso de máscara de proteção contra a Covid-19. São Paulo deve pôr fim à obrigatoriedade em ambientes abertos. Já uma liminar voltou a obrigar o acessório para crianças menores de 12 anos no Rio Grande do Sul. No Paraná, a posição da Sesa (secretaria Estadual de Saúde) é de cautela e a possibilidade de liberação pode ocorrer somente no fim do março ou início de abril.

“Temos que aguardar pelo menos 15 dias após o final do Carnaval para discutir o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras. A variante ômicron tem uma cauda longa, diferente das outras cepas e outras variantes. O contágio não se dá em dois ou três dias, ela pode se dar em até seis ou sete dias. O Carnaval foi mais ameno, sem grandes festejos, mas houve mobilizações de famílias inteiras por todo o Paraná e para fora do Estado", justificou o secretário Beto Preto.

Ele ressaltou que também há o fator da realização do vestibular. “Aqui em Londrina foram mais de 16 mil pessoas fazendo o vestibular para a UEL (Universidade Estadual de Londrina). Esse movimento acaba também facilitando a circulação do vírus. Porém, se não aumentar o número de casos e nem aumentar o número de pessoas internadas, nós vamos ter tranquilidade para tomada de decisão no momento correto”, garantiu.

GRANDES EVENTOS

O secretário explicou ainda que no interior do estado também preocupam as aglomerações geradas por grandes eventos. “Some- se a isso que aqui, no interior do estado, em Londrina (abril) e em Maringá (maio) há as feiras agropecuárias. Nós conversamos com a direção da Sociedade Rural do Paraná. Eles têm uma estratégia de controle sanitário muito rígida, para que tudo corra dentro do melhor protocolo possível. Vamos tentar fazer voltar essa grande exposição, que é importante para a região. É investimento, é injeção de capital, é importante, mas tudo tem que ser feito dentro do equilíbrio sanitário e, principalmente, fomentando a vacinação.”

“Nós não precisamos sair na frente de ninguém. Não é porque Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal vão tirar as máscaras para as crianças que nós vamos ter que fazer igual. "
“Nós não precisamos sair na frente de ninguém. Não é porque Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal vão tirar as máscaras para as crianças que nós vamos ter que fazer igual. " | Foto: Arquivo/Folha de Londrina

Falando em prazos, o secretário disse que a liberação "pode ser que ocorra no fim do mês de março ou no início do mês de abril." E reforçou que é preciso ter cautela. “Nós não precisamos sair na frente de ninguém. Não é porque Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal vão tirar as máscaras para as crianças que nós vamos ter que fazer igual. Nós vamos ter muita tranquilidade para tomar a decisão de maneira gradual e segura e esse conceito de segurança é muito forte para nós.”

PANDEMIA OU ENDEMIA

Sobre a intenção de o Ministério da Saúde de mudar o status de pandemia para endemia, o secretário reforçou que a decisão não pode ser tomada dessa forma. “Não se trata apenas de uma canetada administrativa. A pandemia foi decretada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), porque foi uma epidemia que se alastrou para vários países. Neste momento, talvez não exista mais este ambiente, mas o fato é que continuam internadas mil pessoas no Paraná por síndromes respiratórias Covid-19 ou não-Covid todos os dias. No nosso boletim, nós continuamos informando óbitos. Nós também estamos interessados em rebaixar o conceito, mas não podemos fazer isso sem que as evidências falem por si mesmas.”, expôs.

VACINAÇÃO

Ele ressaltou que o estado de equilíbrio perante a pandemia do coronavírus exige que as pessoas continuem vacinando. “Hoje, no Paraná, 1,3 milhão paranaenses não tomaram doses de reforço. Ao mesmo tempo, a nossa vacinação das crianças é a terceira melhor do País, só que a gente não consegue bater 60% do total. Temos muito pela frente, temos que continuar contando aí com a cooperação da população paranaense, dos formadores de opinião e dos órgãos de imprensa de credibilidade como a Folha de Londrina para que essa vacinação atinja a todos.”

Sobre a possibilidade de intensificação da busca ativa desses não vacinados ele explicou que, em municípios menores, sempre há mais chance de tomar esta medidas. “Nesses municípios todo mundo sabe quem é quem, onde está e por que não vacinou e o pessoal da da equipe da saúde tem o controle disso. Já nos municípios maiores possuem sistemas informatizados que fazem isso e isso possibilita que eles tracem boas estratégias, inclusive com os agentes comunitários de saúde. Em Curitiba, inclusive, tem uma vacinação melhor que a média no âmbito das crianças.”

"Temos que convencer a todos a buscar a vacinação, não apenas aqueles que não tomaram a dose de reforço, mas aqueles que tomaram uma dose e já se sentem seguros e não procuraram a segunda dose, como também aquele paranaense que ainda não se vacinou. Pode parecer pouco, mas nós temos pelo menos 250 mil que não tomaram a vacina ainda.” Ele reforçou que quanto mais pessoas forem vacinadas, a situação ficará mais confortável para continuar avançando nas flexibilizações.

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