As Universidades Estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM) e do Oeste do Paraná (Unioeste) estão entre as melhores instituições brasileiras no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o Impact Rankings 2021.

A UEL se destacou como a melhor universidade brasileira em Educação de Qualidade e a segunda melhor em Energia Acessível e Limpa e no quesito Paz, Justiça e Instituições Fortes.
A UEL se destacou como a melhor universidade brasileira em Educação de Qualidade e a segunda melhor em Energia Acessível e Limpa e no quesito Paz, Justiça e Instituições Fortes. | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

A avaliação, divulgada na última quarta-feira (21) pela revista britânica The Times Higher Education, avalia o comprometimento e o impacto social das ações desenvolvidas pelas universidades nas áreas da pesquisa, administração, extensão e ensino.

Nesta edição, 1.115 instituições de 94 países participaram da avaliação. “Esse ranking demonstra o compromisso das nossas universidades com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. As instituições de ensino superior estaduais são protagonistas de ações inclusivas, fortalecendo o compromisso do Estado com a Agenda 2030”, destaca o coordenador de Relações Internacionais da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Luis Paulo Gomes Mascarenhas.

A UEL e a UEM ficaram classificadas na faixa de 201 a 300 no ranking geral. A UEL se destacou como a melhor universidade brasileira em Educação de Qualidade e a segunda melhor em Energia Acessível e Limpa e no quesito Paz, Justiça e Instituições Fortes.

Para a diretora de Avaliação e Informação Institucional da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) da UEL, Elisa Emi Tanaka Carloto, o cumprimento destes objetivos proporciona impactos positivos em Londrina e região, pela relação direta que a universidade mantém com a sociedade. “Considerando todos os objetivos elencados pela ONU, em seis dos itens, a UEL conseguiu ficar entre as 100 instituições mais bem posicionadas mundialmente”, destaca.

A UEM aparece como a segunda colocada do Brasil na ODS Fome Zero e Agricultura Sustentável. A instituição também conquistou a quarta melhor colocação nacional no objetivo Parcerias e Meios de Implementação, além de ser bem avaliada nos tópicos Energia Acessível e Limpa e no item Trabalho Decente e Crescimento Econômico.

Bruno Montanari Razza, chefe da Divisão de Planos e Informações da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, ressalta que a UEM divide a 3ª colocação nacional com a UEL, a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Nove de Julho. "A UEM participa deste ranking desde o ano passado. Nas duas vezes ficamos bem classificados entre as melhores universidades do mundo. No Brasil estamos na terceira posição entre as universidades que mais impacta a sociedade. Nós temos um portfólio de ações muito interessante, que está no site da pró- reitoria de planejamento, que nos ajuda a ver quais as possibilidades de atuação da universidade e como consegue promover impacto regionalmente e nacionalmente na sociedade como um todo."

Segundo ele, não se sabe por quanto tempo as universidades continuarão tendo essa capacidade sem a contratação de pessoal e sem investimentos do Governo. "Eu, por exemplo, trabalho sozinho no meu setor. Com pouco a gente está se segurando por ter um pessoal técnico muito bom, pois há um percentual de doutores muito capacitado. Mesmo tendo equipe reduzida ainda se consegue realizar várias ações, com, pouquíssimos recursos. Isso ocorre um pouco por cultura , mas não sei se é sustentável por muitos anos sem refinanciamento." De acordo com ele é difícil prever até quando isso irá se manter sem esses investimentos, porque é difícil saber as exigências do futuro. "Ainda estamos construindo futuro que se apresenta. Esse ranking é recente, tem três anos e mede diversos fatores, entre eles o conhecimento científico. Como atuo com projetos terceiro setor, muitas das ações são em parcerias, com contrapartidas e quando se reduz muito o pessoal, a gente acaba focando nas ações básicas, que é o ensino, mas a função da universidade é tríplice: educação, pesquisa e extensão. A gente está se limitando apenas ao ensino", declarou. "Nas universidades estrangeiras privadas, o financiamento das pesquisas é público. Nelas o governo investe pesadamente, enquanto no Brasil isso é cada vez menor, até irrisório."

A Unioeste ficou avaliada entre 601-800, destacando-se principalmente nas ODS de Paz, Justiça e Instituições Fortes, Saúde e Bem-estar; Trabalho e Crescimento Econômico e Erradicação da Fome e da Pobreza.

Para o reitor da universidade, Alexandre Webber essa nova posição alcançada demonstra o grau de qualidade da instituição. “A Unioeste é uma universidade muito jovem e alcançou rapidamente patamares importantes. Essa colocação é uma demonstração da qualidade dos nossos professores, alunos e agentes universitários”.

GERAL


A classificação geral é liderada pela primeira vez por uma universidade do Reino Unido, a Universidade de Manchester. A University of Sydney, a RMIT University e a La Trobe University, todas da Austrália, completam as quatro primeiras colocações.

ODS


Em 2015, na Assembleia Geral das Nações Unidades, chefes de Estado e de Governo se comprometeram com uma agenda de desenvolvimento sustentável a ser alcançada até 2030. Esse compromisso resultou em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que englobam 169 metas.

A Agenda 2030 foi assinada por 193 países. Os objetivos buscam efetivar as conquistas dos direitos humanos, alcançar a igualdade de gênero e foram moldados para serem integrados e indivisíveis, a partir de três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU são formados por: erradicação da pobreza; fome zero; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia limpa; trabalho e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades sustentáveis; consumo e produção responsável; mudanças climáticas; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; e parcerias e meios de implementação.

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