Os indícios levantados até o momento pelo delegado de Homicídios de Londrina, João Batista dos Reis, e a equipe de investigadores apontam que Lucas de Oliveira, 24 anos, teria agido sozinho para assassinar a tiros a tia, a servidora municipal Roseli Florindo, e o namorado dela, Luís Carlos Tenório Araújo. Os corpos do casal foram encontrados carbonizados perto de 20h na PR-445, próximo ao distrito de Irerê. O horário consta no relatório do Corpo de Bombeiros do dia 14 de junho, data do crime.

Imagem ilustrativa da imagem "Tudo aponta que ele agiu sozinho", diz delegado sobre autor de duplo assassinato
| Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

Porém, Reis adiantou que a conclusão se o sobrinho teria contado com a participação de mais alguém só virá com o encerramento do inquérito. Ele explicou as razões que levam a crer que Oliveira cometeu unicamente os homicídios. "Se for analisar o porte físico dele e o da mãe, que é franzina, é possível apontar que o rapaz teria força para colocar os cadáveres no carro", disse.

Segundo o delegado, a posição em que Roseli, no banco traseiro, e Luís, no passageiro, foram colocados no veículo mostra que o autor não demorou para sair da frente de sua casa, em Cambé, local dos disparos. "Pela dinâmica, entendo que tudo foi muito rápido", esclareceu. A arma usada pelo acusado, que seria de seu pai, não foi encontrada pela polícia.

Em interrogatório prestado na Delegacia de Homicídios, Oliveira disse que jogou o revólver em uma região de mata perto do conjunto União da Vitória, na zona sul de Londrina, enquanto dirigia pela rodovia estadual.

Outro ponto que, conforme João Reis, não ficou esclarecido na oitiva foi como ele deixou o lugar após abandonar o automóvel na PR-445. "O Lucas afirma que saiu andando. Não acredito que alguém ajudou sabendo que ele, há poucos minutos, tinha matado duas pessoas. É uma parte que pretendo esclarecer melhor até o encerramento das investigações", pontuou.

Nesta segunda-feira (22), a mãe e a tia de Lucas foram ouvidas. O delegado ressaltou que os depoimentos, assim como os de outros familiares, vão auxiliar a entender melhor os motivos das brigas. Quando foi ouvido, o acusado afirmou que guardou mágoa de Roseli porque ela teria debochado da morte de seu pai, ocorrida em março deste ano.

Apesar de confessar que fumava durante o trajeto entre a sua residência e a PR-445, onde os corpos foram deixados, o jovem assegurou que não teve intenção de incendiar o carro. A polícia aguarda o resultado do laudo pericial para confrontar ou não essa versão. Se o exame apontar o contrário do que foi dito em interrogatório, o delegado não descartou a possibilidade de indiciar Lucas, que não está preso, também por tentativa de ocultação de cadáver, além dos dois homicídios qualificados que deve responder.

Em entrevista concedida ao repórter Vitor Struck, o advogado de Lucas de Oliveira, Luiz Gaya, informou que "ainda não tem uma tese formada sobre a morte da vítima (Roseli). Com relação ao namorado dela, o Lucas agiu em legítima defesa, pois ao ver que ela tinha sido baleada, ele (Luís Tenório) avançou, momento em que também foi atingido", sustentou.