A Polícia Civil interrogou duas testemunhas no inquérito que investiga o homicídio de um casal cujos corpos foram encontrados carbonizados em um veículo na semana passada, nas proximidades da PR-445. Os depoimentos colhidos na tarde desta segunda-feira (22) foram da mãe e da tia do autor do crime, Lucas Oliveira, 24, que se já apresentou à polícia e aguarda a conclusão do inquérito em liberdade.

Delegado João Reis aguarda conclusão de perícia em veículo e vai intimar outras testemunhas
Delegado João Reis aguarda conclusão de perícia em veículo e vai intimar outras testemunhas | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo FOLHA

De acordo com o delegado responsável pela Divisão de Homicídios, João Reis, os depoimentos serviram para confirmar que já existiam desavenças entre a mãe de Lucas e a irmã dela, Roseli Aparecida Florindo, 52. O namorado dela, Luiz Carlos Tenório Araújo, 52, também foi morto a tiro. Os depoimentos reforçaram a tese de que Lucas agiu por conta própria e sozinho.

Ainda de acordo com o delegado, outros familiares devem ser intimados a depor. Entretanto, outro elemento importante para a conclusão do inquérito ainda é aguardado. O laudo pericial realizado no veículo e que deverá comprovar se Lucas tentou ocultar os corpos ao queimá-los ou se a tese apresentada pela defesa, de que o fogo teria sido causado por bitucas de cigarros acesas que caíram acidentalmente nos bancos, poderá ser levada adiante.

“Quanto a questão sobre o fogo, nós vamos precisar de perícia. Mas, observando alguns detalhes, não parece crível esta informação de que ele estava fumando e jogando diversas bitucas e pegou fogo no veículo”, avaliou delegado.

Conforme a investigação já havia apurado, a motivação do crime contra a tia foi vingança, uma vez que ela teria comemorado a morte do cunhado, pai de Lucas, ocorrida em março deste ano. Já sobre o assassinato de Luiz Carlos Tenório Araújo, o advogado que defende Lucas Oliveira, Luiz Gaya, deverá alegar o jovem agiu em legítima defesa.

“Eu ainda não tenho uma tese formada em relação a morte da vítima (Roseli). Com relação ao rapaz, o Lucas agiu em legítima defesa, pois ao ver que ela tinha sido baleada ele avançou sobre Lucas e ele atirou”, sustentou.

O advogado voltou a reforçar que Lucas colocou as vítimas no veículo e os abandonou na PR-445 sem ter provocado o incêndio. “Abandonou o carro e voltou a pé. Acredita-se que o fogo no carro ele não pôs, pois como estava nervoso ele fumava muito e largou bituca no carro e deve ter provocado o incêndio”, disse.

Roseli foi alvejada com um tiro na cabeça e Luiz Carlos com dois tiros, no peito e na cabeça em uma residência, em Cambé, no início da noite do dia 14. A arma utilizada pelo jovem não foi localizada.