Sheik dos Bitcoins é preso pela PF sob suspeita de continuar operando
Investigado por golpes no Brasil e no exterior, empresário descumpriu medidas cautelares
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 03 de novembro de 2022
Investigado por golpes no Brasil e no exterior, empresário descumpriu medidas cautelares
Folhapress

São José do Rio Preto - O empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Sheik dos Bitcoins, foi preso pela PF (Polícia Federal), nesta quinta-feira (3), em Curitiba. Ele é investigado por suspeita de golpes com criptomoedas no Brasil e no exterior. A polícia estima que o esquema teria movimentado mais de R$ 4 bilhões desde 2018.
Segundo a PF, o empresário foi preso por descumprir as medidas cautelares impostas pela Justiça Federal. Dentre as restrições, ele não poderia continuar a administrar suas empresas e estava impedido de praticar atos de gestão no interesse do grupo econômico.
A reportagem não encontrou a defesa do empresário até a publicação deste texto.
Além do mandado de prisão preventiva, nesta terça (1º) os agentes da PF cumpriram dois mandados de busca e apreensão. A ação é um desdobramento da Operação Poyais, que apura a prática de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro, além de estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa.
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A primeira fase da operação foi deflagrada em outubro deste ano. Na ocasião, a PF chegou a pedir a prisão de Francisley, mas a solicitação foi negada pela Justiça Federal do Paraná.
Durante a ação, foram apreendidos, em casas ligadas ao Sheik dos Bitcoins, barras de ouro, relógios de marca, carros de luxo e dinheiro em espécie.
Mas, segundo a investigação da PF, dias após essa ação, o empresário passou a realizar encontros frequentes com funcionários de suas empresas. Os encontros eram feitos na casa onde ele mora, em Curitiba.
Uma das empregadas seria a gerente financeira do grupo. Outro funcionário que frequentava a residência foi identificado pelos policiais como responsável por produzir as peças de designer gráfico das plataformas virtuais criadas por Francisley para a prática das fraudes.
"Além do descumprimento das medidas cautelares, as quais eram suficientes para a expedição do decreto de prisão, a constatação dos encontros frequentes do investigado com empregado responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais demonstrou que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos", diz a PF.
Em outra operação realizada pela PF para reprimir a prática de crimes financeiros, batizada de operação Bad Bots, os agentes constataram que o sistema virtual usado por um grupo criminoso para fraudes havia sido criado e era mantido pela empresa de Francisley.
"Da mesma forma, demonstrou-se que os encontros do investigado com funcionário da área de criação de plataformas virtuais se destinavam a criação e manutenção de outros sistemas virtuais ativos, comercializados pela organização criminosa com terceiros, possivelmente usados para promoção de práticas criminosas semelhantes", afirmou a PF.
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